Saudado aqui e em todo o país como um "feirense de coração", Olney São Paulo foi sempre presente nas movimentos artísticos e culturais da Feira de Santana, com destaque para o cinema, seja como ator, autor, diretor e mestre dos amantes da Sétima Arte nesta cidade.
Sempre vale a pena lembrar a trajetória de Olney, que na segunda-feira, 15, completou 43 anos de falecido. Olney São Paulo é um nome sempre reverenciado em Feira de Santana.
Ele deu nome a Cine Clube - que não está mais em atividade. Seu filme "Grito da Terra" virou nome de jornal - também extinto. Teve mesa com seu nome no Balcão Di Vidros - um bar que já fechou. Foi nome de premiação, em 1994, do Salão Universitário de Artes Plásticas, do Museu Regional de Arte.
Mais: na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) existia o Coletivo Olney São Paulo, entidade formada por professores e alunos para estudar cinema. Na Galeria Carmac tem um espaço chamado praça Olney São Paulo. No bairro Aviário existe uma extensa rua com seu nome. Ele também denomina a praça de alimentação do Boulevard Shopping.
O cineasta é fonte constante de estudos acadêmicos de relações entre literatura e cinema no Brasil.
Em 2011, a Câmara Municipal criou a Medalha de Honra ao Mérito Olney São Paulo, projeto de resolução de autoria do então vereador Ângelo Almeida, a ser concedida anualmente a duas pessoas ou entidades que tenham contribuído na difusão da cultura e da arte e na revelação de jovens artistas no âmbito do Município. Pelo que consta, ainda não foi concedida.
Seu filme "Manhã Cinzenta" foi apresentado em vários festivais internacionais, como Pesaro (Itália), Cracóvia (Polônia), Mannheimm (Alemanha) - onde foi premiado com o Filmdukaten, em 1970, e causou curiosidade nos alemães com sua presença, pois ele foi para o festival de sandálias de tiras de couro cru, naturalmente compradas na feira livre de sua terra -, Londres (Inglaterra), Havana (Cuba), e Viña Del Mar (Chile).
Olney foi elogiado por Orson Welles (realizador do maior filme de todos os tempos, "Cidadão Kane"), para quem "Manhã Cinzenta" era um filme extraordinário.
Glauber Rocha, que filmou em Feira de Santana o prólogo de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", em 1964, chamou Olney de "mártir do cinema brasileiro", disse mais que ele "é a metáfora de uma alegoria. Alegorias estas que muitas vezes foram barradas, mas que nunca deixaram de ser registradas".
No catálogo oficial do I Mille Occhi, oitava edição do Festival Internacional de Cinema e de Arte, realizado em Triestre, na Ítália, entre 18 e 26 de setembro de 2009, consta artigo de Dimas Oliveira, especialmente escrito (e traduzido do inglês para o italiano), sobre "Grito da Terra", de Olney São Paulo, que foi exibido no festival. A atriz Helena Ignez - que atuou na realização feirense - foi destacada com o "Premio Anno Uno" e teve mostra de seus filmes no evento. O catálogo dedica 26 páginas (29 a 54) a Helena Ignez, sendo as duas últimas destinadas ao filme de Olney São Paulo.
Primeiro filme
Outra destacada homenagem feirense ao cineasta se deu no dia 9 de agosto de 2013 - dois dias depois do 35º aniversário de falecimento de Olney -, com a exibição e lançamento em DVD do seu primeiro filme "Um Crime na Rua", um documento histórico sem precedentes, realizado em 1955, no evento "Tributo a Olney São Paulo 2013", no Centro Comunitário Ederval Fernandes Falcão.
A Fundação Senhor dos Passos, através do Núcleo de Preservação da Memória Feirense Rollie E. Poppino, foi quem resgatou, digitalizou e lançou em DVD. A instituição trouxe à tona para o público a importância do cineasta Olney São Paulo, muitas vezes esquecido da memória coletiva.
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