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No Domingo de Páscoa

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domingo, 3 de maio de 2015

"O jeca apavorado porque está nas mãos dos empreiteiros"



Valentina de Botas
O caso de polícia ainda solto, o líder das multidões que morreu e esqueceu de se entregar, o jeca apavorado porque está nas mãos dos empreiteiros, sonha em voltar ao poder nos braços desses capitalistas selvagens: eis aí o homem flagrado no todo imoral cujos 100% de desonestidade quer igualar aos 10% de honestidade de jornalistas honestos. Como é possível ser ou ter 10% de honestidade ou de desonestidade? Como é possível colocar um jornalista dentro do outro quando, os de VEJA ao menos, são democratas que pensam por si, com arestas que os fazem divergir, independentes que são?
Ora, é a glutonaria depravada do dono do partido cujos tesoureiros vão parar na cadeia que coloca um escroque dentro do outro e todos dentro do território lulopetista. As figuras políticas mais abjetas aparam diferenças pelo brilho do cofrão público e jazem dentro do caudilho falastrão. Meu texto não era assim, ele foi se enfeitando à medida que a era da mediocridade acelerou o galope. Sempre achei que nada é nada, nada mais - não precisava ser rigorosamente, nada já explicava tudo, o nada todo.
Gosto de expressões nuas, de substantivos desvestidos de adjetivos, de verbos desnudos de advérbios. Usava pouco essa roupagem e mais por boniteza; hoje, é por precisão. Porque a corrupção alcançou a linguagem tornando exangue o sentido das palavras. Cansadas, exigem reforço para fazer valer o que sempre significaram. Uma deturpação que fez homem incomum significar sarney, elite designar escória, aplicar a lei virou golpismo, jornalista independente é antipatriota, manifestar a indignação nas ruas é coisa de reacionário, um ignorante truculento porta a luz do mundo, e por aí vai.
E continua indo. No campo de batalha contra a ética, qual valquíria medonha, Lula cavalga acolhendo os moralmente decaídos, fazendo-os seus heróis. Basta que o canalha tombe e a valquíria desfigurada abjeta o recolhe aos salões do poder, numa Valhala de cafajestes privados e públicos. O que pode a palavra nua diante dessa realidade em que rigorosamente nada - não disse!? - é feito pelos interesses do país? O tal do texto clean, enxuto, suportado no conteúdo musculoso e na forma sóbria de solidez?
Talvez assim, todo paramentado, possa pouca coisa também. Não sei. Mas uno meu texto e minha indignação superlativa, do jeito que for, ao de todos nesta coluna 100% honesta para que não seja o galope depravado a única realidade audível. Dilma se calou no dia 1º de maio, parece saber que morto não fala, numa surpreendente sabedoria. Mas o criador, sem surpreender ninguém, insiste no combate à verdade e ao bom gosto. Pois insistamos nós também no repúdio ao cinismo que pretende reduzir os horizontes a si mesmo para que se igualem políticos, partidos, instituições republicanas, tribunais e juízes, na formulação cômoda e míope de que está tudo dominado. Não está, nunca esteve e jamais estará.
Ouço Wagner, sob a regência de Daniel Baremboin. Espetacular. Wagner foi uma pessoa execrável e um gênio, restou sua obra magnífica. Fique Lula, valquíria deformada e passadiça, com seus renans, malufs, vaccaris, duques, compadres de compadrio, betos, dilmas, empreiteiros das boconas e das tetas e demais heróis sórdidos fugazes ainda que duradouros; cavalguem uns aos outros, figuras tão execráveis quanto a obra em proveito próprio. Desse galope imoral não há de sobrar nem 10%. Um beijo

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