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No Domingo de Páscoa

No Domingo de Páscoa

quarta-feira, 4 de março de 2015

"Muito além do Feiraguai: conheça uma Feira de Santana que é linda"

Feira de Santana tem boas opções de lazer gastronômico, 
histórico, de compras e até espacial
Por Victor Villarpando (victor.villarpando@redebahia.com.br)
Como bom soteropolitano, sempre olhei Feira de Santana com desconfiança. Sabe aquela tiração de onda entre as duas maiores cidades de determinado lugar? Rola também entre Rio e São Paulo (em nível de Brasil), Madri e Barcelona (Espanha), Paris e Marselha (França), Lisboa e Porto (Portugal)... Pois é. Da primeira vez que fui à Princesa do Sertão, só conseguia chamar a segunda maior cidade do estado de "Feia de Santana". Amigos feirenses convictos defendiam sua terra, eu esculhambava e tudo terminava em gargalhadas.
Anos depois, refletindo sobre uma viagem de bate e volta em um dia, pensei: por que não dar uma chance à vizinha? Com a fotógrafa Angeluci Figueiredo e o motorista Luís Oliveira, peguei a BR 324. No caminho havia dois pedágios (R$ 1,90 cada).
Ao chegar em Feira, três constatações: o calor e a falta de placas continuavam lá. Mas havia também uma série de coisas bonitas para ver e verdadeiras iguarias para saborear. Confira o que mais nos impressionou.
Se resolver se jogar sem carro, da rodoviária, as viações Águia Branca e Regional têm ônibus que saem entre 3h50 e 22h. O trajeto dura 1h30 e a passagem custa entre R$ 18,93 (convencional) e R$ 25,51 (executivo). O voo comercial foi cancelado.

Casarão Fróes da Motta
A capela tem desenhos em estilo gótico nas paredes e no teto, além de lustre de cristal (Foto: Divulgação)
Numa viagem à Alemanha, em 1902, o coronel Agostinho Fróes da Motta se encantou com uma casa que conheceu em Hamburgo. De volta a Feira, tratou de encomendar uma igual, que ficou pronta dois anos depois..
O Casarão Fróes da Motta tem piso todo trabalhado e vidros que contam histórias (Foto: Angeluci Figueiredo)
Embora o palacete de estilo neoclássico chame a atenção de quem passa pelas ruas General Câmara e São José, no centro da cidade, o que impressiona mesmo é seu interior. Com chão, teto e paredes que são verdadeiras obras de arte, cada um dos 12 cômodos tem uma inspiração artística. Só para você entender a miscelânea, o salão Nobre é no estilo Luis XV, a sala de jantar é toda trabalhada na renascença francesa e a capela tem visual gótico.
Cerca de 20 anos depois, Agostinho morreu e o filho Eduardo herdou o casarão. Quase um século depois, toda essa belezura quase foi ao chão para dar lugar - pasme - a um estacionamento. Parte da propriedade (os chalés dos hóspedes) chegou a ser derrubada e virou vaga de carro.
Visto de fora, o palacete se destaca do cenário urbano do restante do centro da cidade
Em 1999, o imóvel foi comprado pela Fundação Senhor dos Passos, que o restaurou e reabriu  em 2008. "Nosso maior público é de estudantes, cujos professores marcam excursões. Também acontecem festas de casamento nos fins de semana. Mas qualquer pessoa pode ligar e agendar visitas", afirma a turismóloga Graça Alves, que coordena as atividades na mansão. Além da casa em si é possível assistir a vídeos sobre a história de Feira de Santana. E o melhor: de graça.
VAI LÁ - Casarão Fróes da Motta, Rua Telefone: 75 3614-0022.
Café Maria Antônia
Quem vai de carro, saindo de Salvador, encontra no caminho a primeira parada: o Café Maria Antônia. Cheio de objetos retrô, o visual impressiona. Mas ao entrar na casa, não dá para ignorar a mesa de comida. Ou melhor, as mesas.
Tem uma de bolos e doces, outra de frutas, uma de comidas pesadas, uma bancada de pães e outra com bebidas como sucos, mingaus, leite e café, cujo grão vem de Cachoeira, no Recôncavo. O local funciona de segunda a sábado, das 6h às 14h30 e o quilo custa R$ 46.
VAI LÁ - Café Maria Antônia, BR 324, Km 43, Sentido Salvador-Feira. Telefone: 71 3121-3535.
Cantinho do Bode Feira VI
Há cerca de 20 anos, Antônio Carlos Souza Teixeira, o Neném, assumiu o restaurante especializado em bode que o cunhado tinha no bairro do Feira VI. Ele incrementou as receitas com um molho de vinho e azeite e a carne, que já vinha de Riachão do Jacuípe sem ranço, ganhou sabor e maciez extra.
"A gente trata todinha, tira pele, gordura... E pincela a mistura enquanto assa", explica o empresário. Tanta dedicação conquistou até Ivete Sangalo. Apresentada a Neném pelo primo Kleber, a cantora virou fã. "Fiz churrasco para ela duas vezes. E quando veio fazer show na cidade, Ivete pediu para que eu preparasse a carne dentro do camarim. Como não deu, fiz aqui e mandei as quentinhas", conta Neném, que só na unidade do Cantinho do Bode no Feira VI vende cerca de 250 quilos da iguaria por semana. E ele ainda tem uma filial na Avenida Maria Quitéria.
Uma porção do bichinho assado, acompanhado de arroz, feijão tropeiro, farofa d’água e vinagrete custa R$ 46 e serve três pessoas. Uma jarra grande de suco da fruta sai a R$ 4,50 e a cerveja, por R$ 5. Aceita débito e crédito e funciona todos os dias, das 11h às 19h.
VAI LÁ - Cantinho do Bode, Conjunto Feira 6, caminho 20, casa 16. Telefone: 75 3224-0376.
Villa Container
Autointitulado o primeiro centro comercial construído com containers marítmos no Brasil, o Villa Container abriga 14 lojas. Segundo o proprietário, Pabliano Cardoso, tudo de acordo com princípios de sustentabilidade. "Nosso conceito é de um shopping verde. A própria estrutura foi reutilizada, reaproveitamos água, temos consumo reduzido de energia, descarte seletivo de lixo e fossa ecológica", explica o empresário.
Entre bar, café, acessórios, salão de beleza, butique de carnes, temakeria, lojas de moda masculina, feminina e infantil, destaque para descolada Unique. A marca local tem opções para homens e mulheres. A decoração, com vergalhões de ferro, molduras douradas, placas de trânsito e instrumentos musicais também impressiona.
VAI LÁ - Villa Container, Avenida Maria Quitéria, 2011, Ponto Central
Observatório Astronômico Antares
Onde mais é possível ver o meteorito do Bendegó, o misterioso monumento inglês de Stonehenge, o foguete Saturno 5 e dinossauros? Se nenhuma dessas réplicas te impressiona, que tal observar estrelas de perto, caminhar na Lua e viver a experiência da ausência de gravidade? Tudo isso é possível em Antares, quase uma Disneylândia do Sertão.
No jardim há dez dinossauros e três mamíferos gigantes brasileiros (mamute, preguiça e tigre) em tamanho real. Do outro lado, uma maquete em escala 1:10 do misterioso Stonehenge inglês e dois gyrotecs (ou loconautas), aparelhos que simulam a ausência de gravidade no treinamento de astronautas. Uma casinha estreita promete a sensação de caminhar na Lua, através de um capacete com jogo de espelhos e muita espuma.
No prédio, uma réplica em tamanho real do meteorito do Bendegó e um pequeno museu com esqueletos e animais taxidermizados dos quatro biomas do estado. No andar de cima, um telescópio pode ser usado por grupos de até 15 pessoas nas noites de terça e quinta. Basta ligar no dia para marcar. "Não dá para agendar com mais antecedência por conta das condições do céu", explica a bióloga Carolina Lima. Aliás, o clima favorável foi motivo para a escolha de Feira. "Há 43 anos havia ainda menos luzes urbanas e a vista era melhor", conta Carolina.
O complexo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 14 às 17h e a entrada é grátis. Pena que Stonehenge perde um pouco da magia com tanta peça danificada. E a ausência de um ar-condicionado não combina com a experiência lunar.
VAI LÁ - Observatório Astronômico de Antares, Rua Barra, 925. Telefone 75 3624-1921.
Aqui e Acolá
Só de ver a casa, que se destaca numa zona residencial, dá para sentir que se trata de algo especial. Na varanda, as paredes vermelhíssimas contrastam com os guarda-chuvas, galhos secos e lustres de ferro que pendem do teto. No interior da casa, os lustres são garrafas de vinho cortadas. Tudo começou em 1991, quando Julian Faria e Luciano Vilas Boas se conheceram e resolveram vender lanches naturais nas praias de Salvador. "Aí, botamos uma barraca de lanches em Feira. Dois anos depois, abrimos o restaurante", conta Julian.
Se no começo eram apenas oito mesas, hoje a casa tem capacidade para 200 pessoas. No menu, o filé à parmegiana com nhoque (R$ 69, para três) e a cozinha de frango com catupiry (R$ 5,50) se destacam. As pizzas, que têm sabores como kani, tomate seco com gorgonzola e bacalhau, vêm em oito fatias e custam entre R$ 47 e R$ 50. Funciona todos os dias, de 17h às 23h.
VAI LÁ - Restaurante Aqui e Acolá, Rua K, Conjunto Milton  Gomes, 46, Queimadinha. Telefone: 75 3221-7152.
Fonte: "Correio", edição de domingo, 1 de março

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