Por Reinaldo Azevedo
Acabamos de ouvir, pela
rádio Jovem Pan, ou de assistir pelo SBT, mais um debate entre os
presidenciáveis Aécio Neves, do PSDB, e Dilma Rousseff, do PT. Mais uma vez,
Dilma se negou a falar sobre o futuro do Brasil. O seu marqueteiro a preparou
para duas coisas: para tentar desconstruir o governo FHC e para tentar
desconstruir a gestão de Aécio Neves em Minas. Foi um festival de acusações. O
tucano, justiça se faça, tentou falar sobre saídas para o Brasil. Mas ficou
difícil.
Quero fugir um pouco da
pancadaria para ficar na grande enormidade do dia. Ao ser indagada sobre a
inflação alta no país, Dilma falou uma barbaridade que, é claro!, terá um preço
alto caso ela vença a disputa. Em tom de acusação, a petista afirmou que seu
adversário queria levar a inflação para 3% e que isso só seria possível se o
desemprego fosse levado a 15%. É uma estupidez.
Se os mercados levarem a
sério o que diz Dilma, segundo quem só é possível ter inflação baixa com
desemprego alto, todos entenderão o óbvio: que ela vai manter baixo o
desemprego e alta a inflação.
Ao acusar Aécio Neves de
ter construído um aeroporto em terras de sua família - é falso porque a área
era desapropriada -, Dilma afirmou que o dinheiro público não pode ser usado em
benefício de alguns. Chega a ser engraçado que isso seja dito no momento em que
a Petrobras, resta evidente, foi vítima de uma quadrilha. E um dos principais
nomes envolvidos nas acusações é João Vaccari Neto, tesoureiro do PT e
conselheiro de uma estatal, nomeado por Dilma.
Não conseguimos saber quase
nada do que pretendem os candidatos para o futuro do Brasil. Sobraram acusações
e não ouvimos propostas. Dilma não quis.
Ainda voltarei ao tema.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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