Por Reinaldo Azevedo
Marilena Chaui voltou a pilotar a sua vassoura
filosófica em São Paulo, desta feita em companhia do deputado federal reeleito
Jean Wyllys, do PSOL do Rio, que saltou dos poucos mais de 13 mil votos em 2010
para 144.770 agora. O ex-BBB contou com a ajuda inestimável, na Câmara, de Jair
Bolsonaro (PP-RJ), o primeiro colocado entre os federais fluminenses (464.72
votos), e do pastor Marco Feliciano (PSC), que obteve em São Paulo 398.087
votos. Dito de outro modo: Wyllys e seus amigos ainda rendem mais apoios à
dupla do que ela a ele, mas a estridência de um lado e de outro é de interesse
mútuo. Só um idiota acharia que Wyllys vê os dois como inimigos de verdade.
Eles lhe garantem fama, votos e poder. Esse rapaz sabe como se livrar do
paredão. Mas volto ao eixo.
Marilena e Wyllys, escoltados pelo senador
derrotado Eduardo Suplicy (PT-SP), resolveram fazer um ato público, acompanhado
por meia dúzia de gatos-pingados, no Largo do Arouche, no Centro de São Paulo,
área conhecida pelo tráfico de drogas e pela prostituição gay. O objetivo, leio
na Folha, era mobilizar as pessoas ligadas à causa LGBT e os ditos "progressistas" - sempre quis saber o que é isso - em defesa da candidatura da
petista Dilma Rousseff. Cada um defenda quem e o que quiser. É do jogo
democrático. Meu comentário aqui não tem caráter partidário ou eleitoreiro. O
ponto é outro.
De microfone em punho, Marilena - que se tornou
notória e notável por ter dito, num encontro do PCdoB, que odeia a classe
média, o que levou Lula, que estava presente, à gargalhada - empunhou o
microfone para pregar uma campanha "pessoa a pessoa" com o objetivo de combater "a viagem na maionese da desinformação". Deixem-me ver se entendi: para a
petista professora - que filósofa não é -, só é informado quem vota na sua
candidata. E, claro!, não haverá colunista vigarista nenhum a criticá-la por
isso.
Ela foi mais longe. Afirmou, segundo leio no
jornal, que "não há nesse país pessoa com autoridade política ou autoridade
ética para falar de combate à corrupção a não ser Dilma Rousseff". Uau!
Entendemos, assim, que Dilma está até mesmo acima das leis e das instituições.
A mulher que anuncia o combate à desinformação ainda acrescentou: "Não se joga
nada debaixo do tapete. É por isso que se mostra tanta corrupção. É por isso. É
por uma decisão da presidente". Errado, dona Marilena! Dilma não tomou a
decisão de investigar a roubalheira na Petrobras. Foi a Polícia Federal, que é
um órgão do estado, não da Presidência ou de um partido político. A professora,
como de hábito, não sabe o que diz e dá uma aula porca de democracia.
Nem Wyllys nem Marilena tocaram no assalto
organizado à maior estatal brasileira. Ela ainda vociferou, perguntando por que
não existe ninguém punido pelo mensalão mineiro. Porque o processo começou bem
depois, minha senhora! De resto, se Marilena tivesse um pingo de vergonha,
digamos, filosófica, não compararia as duas coisas, que são bem distintas.
Aquela que já foi considerada uma grande pensadora - eu nunca achei, é
evidente! - termina seus dias fazendo terrorismo em praça pública para meia
dúzia de pessoas. Afirmou que o candidato tucano quer flexibilizar a CLT - o
que é mentira - e transformar direitos sociais em serviços privados - acusação
igualmente mentirosa.
E Jean Wyllys? Bem, em meio às mentiras de
Marilena, discursou: "Vamos fazer isso [campanha de Dilma] sem apelar para o
ódio, sem apelar para a mentira [...] Vamos agir com honestidade, com clareza,
com discernimento". Ah, bom!
A Folha informa que Wyllys, em seguida, voltou ao
pequeno palco para cantar com Suplicy "Blowin' In The Wind", de Bob Dylan.
Depois de 24 anos, São Paulo decidiu aposentar o senador cantor. O tucano José
Serra o venceu na disputa pela única vaga para o Senado por 11.105.874 a
6.176.499 - uma diferença de 80%. Vai ver Marilena acha que são todos…
desinformados que viajam na maionese!!!
O fanatismo é o naufrágio da inteligência. Quanto a
Wyllys e ao Psol, dizer o quê? É só um PT com complexo de nanico altivo. Nem na
moral se distinguem, como já provaram as deputadas Janira Rocha e Inês Pandeló,
que se encrencaram com a Justiça.
Pregações dessa natureza, se querem saber,
pretendem corromper o povo. Sabem por quê? Pedem que ele ignore as evidências
de lambança e malversação dos recursos públicos em nome de supostos avanços
sociais. Eu desafio dona Marilena Chaui a me provar por que é preciso roubar a
Petrobras para conceder Bolsa Família, ProUni ou programa de moradia. Sem
roubo, não sobra mais dinheiro para os pobres, professora? Aguardo a resposta
da valente!
Este comentário, não adianta virem me patrulhar,
nada tem a ver com partidos, ideologias ou escolhas eleitorais. Trata-se apenas
de uma questão lógica.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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