Crônica de Helder Alencar,
no livro "Espaço Vago", lançado em 1969:
Justa
homenagem
Muita gente, sem merecimento
algum, ou com pouco merecimento, possui nomes nas ruas, nas praças e nas
avenidas. Gente sem passado, desconhecida, alheia aos preceitos do altruísmo e
dedicação.
Basta um vereador apresentar
um projeto concedendo tal honraria e pronto. Mas, a nossa Câmara de Vereadores,
por sinal composta de homens de dignidade e de valor, ainda não se lembrou de
colocar em nossas ruas, praças ou avenidas, o nome da professora Edelvira
Oliveira.
A pronunciação desse nome
nos leva a sentir profunda e terna lembrança da mestra, cuja vida foi dedicada,
inteiramente, ao ensino em nossa cidade, a quem nós, feirenses, devemos enorme
parcela daquilo que sabemos.
Mestra que esteve acima de
mestra, porque foi inegavelmente, verdadeira mãe para todos os seus alunos.
Quem não se recorda da professora Edelvira Oliveira? Quem dentre os estudantes
desta terra, até 1962, não guarda da querida e estimada D. Catuca, a melhor das
lembranças, em agradecimento e gratidão por tudo que lhe deu? Quem não guarda
algo da sua inteligência, da sua personalidade marcante?
Pensamos interpretar não
apenas o sentimento da nossa geração, mas de todos aqueles que receberam as
lições de bondade, saber, carinho e conforto da professora Edelvira Oliveira,
ao solicitar da nossa Câmara de Vereadores que coloque o seu nome numa de
nossas ruas, a fim de que os estudantes do futuro saibam que a geração presente
louvou e reconheceu os seus mestres queridos, tão bem representados pela
inesquecível professora, honra do magistério baiano, símbolo do trabalho,
abnegação e inteligência, cuja figura viverá sempre na geração de todos os que
a conheceram.
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