Por Reinaldo Azevedo
A presidente Dilma Rousseff concedeu na manhã desta segunda uma
entrevista ao grupo RBS, no Palácio da Alvorada, que foi ao ar à tarde. Quem
falava era a candidata, como fica evidente, mas eu me interesso por algumas
coisas estranhas ditas pela presidente.
A chefe da nação, vejam vocês, se disse inconformada com a demora
para a realização de obras públicas… É mesmo, é? Afirmou, prestem bem atenção: "Uma
das questões fundamentais do meu próximo governo é simplificar os processos de
realização de obra. Não para não fiscalizar, não para não respeitar o meio
ambiente, mas para poder realizar as obras que o Brasil precisa com a rapidez
que o Brasil precisa. Todo santo dia. Como governante, nós ficamos
inconformados. A gente corre atrás, a gente vai atrás". Ao se referir à demora
para a concessão das licenças ambientais, afirmou: "Ninguém dentro da esfera
federal pode não ter prazo. Todos nós temos que ter prazo".
Vamos lá. Ainda que os atrasos se devessem mesmo à demora nas
concessões das licenças, como esquecer que o PT está no poder há 12 anos? Dilma
chegou a ter uma maioria no Parlamento de padrão quase chinês ou cubano. O
partido que viu, de fato, crescer a dificuldade na concessão de licenças só
descobriu agora o problema? Não é crível. De todo modo, sabemos que as
dificuldades com as licenças foi apenas um dos entraves. Infelizmente, a
incompetência é que falou mais alto.
Ouvindo a fala de Dilma, a gente fica com a impressão de que ela
vai reclamar a qualquer momento: "E o governo não toma nenhuma providência!".
Mas o governo, afinal, é… Dilma!
Alheia à realidade, como já apontei aqui, a presidente assegurou
que Graça Foster vai continuar à frente da Petrobras, embora a Polícia Federal
já tenha aberto um inquérito para apurar se ela omitiu do Senado informações
relacionadas à compra da refinaria de Pasadena (EUA) e sobre a existência de
contratos celebrados pela empresa de seu marido, Colin Foster, com a estatal.
Um segundo deve ser aberto nesta semana para investigar a denúncia de que ela
teria combinado com senadores da base aliada na CPI da Petrobrás as perguntas
que lhe seriam feitas na comissão. Mais: Graça pode ser incluída no relatório
do TCU como corresponsável pelos prejuízos com a compra da refinaria e ter seus
bens tornados indisponíveis.
Ao defender a presidente da Petrobras, Dilma chegou a lastimar a
suposta exploração política do caso, lembrando que a Petrobras "é a maior
empresa do país…". É? Por isso mesmo, cabe a pergunta: a estatal pode ter uma
presidente nessa situação? A petista acha que sim. Então tá.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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