Por Carlos Brickmann
O ex-ministro Delfim Netto,
um dos conselheiros econômicos de Lula, costuma dizer que, se o Governo comprar
um circo, o anão vai crescer. O economista Milton Friedman tem frase
semelhante: se o Governo administrar o Deserto do Saara, em poucos anos vai
faltar areia. O ministro dos Esportes de Dilma, Aldo Rebelo, do PCdoB, cuja
única ligação prévia com o Esporte era torcer pelo Palmeiras, defende maior
intervenção estatal no setor. Sem palpite estatal, o Brasil foi cinco vezes
campeão do mundo. Com palpite estatal, perdeu duas Copas em casa, em 1950 e
2014. Mas, quando os fatos vão contra a ideologia vigente, pior para os fatos.
O mundo que mude para amoldar-se aos preconceitos.
O Estado já se intrometeu
em Copas. Em 1950, não houve governante que não aparecesse na concentração para
tirar sua casquinha. Em 1954, um dirigente indicado pelo Governo exigiu dos
atletas que vingassem os mortos de Pistóia (se bem que Pistóia fique na Itália,
onde brasileiros morreram na luta contra o nazismo e o fascismo; a Copa se
realizasse na Suíça; e o principal adversário fosse a Hungria). Em 1970, o
presidente Médici exigiu que o centroavante Dario, do Atlético Mineiro, fosse
convocado. Foi, mas não jogou. O Brasil ganhou a Copa. Agora, com declarações
diárias de Dilma "É Tóis", a Copa deu no que deu.
Se a sugestão de Médici,
que adorava futebol, era ruim, imagine as de Dilma, que disse ter visto jogos
no Mineirão antes que o estádio existisse. Até garantiu, em julho de 2013, que
seu Governo era "padrão Felipão".
Não é que tinha razão?
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