Por
Augusto Nunes
Assista: http://youtu.be/KslPYEoUg-A
Quando a mentira que Dilma Rousseff vai
contar requer alguma cifra, é sempre a mesma que o neurônio solitário lhe
sopra: 6 mil. Durante a campanha de 2010, por exemplo, a candidata prometeu de
meia em meia hora construir 6 mil creches. Já passou da metade do mandato e nem
50 ficaram prontas. Em janeiro de 2011, jurou que até o fim daquele ano
entregaria 6 mil casas aos flagelados da Região Serrana do Rio. Até agora não
entregou nenhuma.
Em janeiro de 2012, Dilma caprichou na
advertência às tempestades que teimam em cair no verão: se dessem as caras de
novo, topariam com exatamente "6 mil agentes da Defesa Civil treinados para
agir nas áreas de risco". Os aguaceiros ignoraram a ameaça e continuam
provocando os estragos de praxe. Os 6 mil soldados guerreiros das encostas em
perigo nunca foram vistos fora do cérebro baldio da comandante. A menos que
tenham sido tragados por alguma inundação secreta, seguem aquartelados por lá.
Também são 6 mil, miou na semana passada o
chanceler Antonio Patriota, os médicos cubanos que o governo pretende importar
para transformar o Brasil Maravilha num imenso Sírio-Libanês. Exatamente 6 mil - nem mais nem menos, confirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A conta
de mentiroso avisa que o exército de doutores formados na ilha-presídio terá o
mesmo destino das 6 mil creches, das 6 mil casas e dos 6 mil agentes de saúde:
a coisa vai dar em nada.
Não convém, de todo modo, subestimar a usina
de ideias desastrosas administrada por uma supergerente de araque. É possível
que Dilma e Padilha estejam mesmo contemplando com o olho rútilo e o lábio
trêmulo a paisagem de sonho: 6 mil revolucionários de jaleco espalhados por
todos os prontos socorros e hospitais públicos, curando os males do corpo e
fazendo a cabeça de milhões de eleitores enfermos. Uma experiência semelhante
está em curso na Venezuela bolivariana. O juízo da presidente é suficientemente
escasso para que tente reprisá-la no Brasil Maravilha.
Até a Doutora em Nada perceberia o tamanho da
maluquice se deixasse de usar as lentes coloridas usadas pelos órfãos do Muro
de Berlim quando contemplam a paisagem cubana. Todo nostálgico da Guerra Fria
enxerga o sistema de saúde exemplar - gratuito, moderno, onipresente e
eficaz - que morreu de inanição na infância, quando a mesada dos soviéticos foi
suspensa. "A qualidade diminuiu e a doutrinação aumentou". disse a
jornalista Yoani Sánchez na entrevista a Branca Nunes publicada no site de VEJA. "Hoje, quando um cubano vai a um
hospital, leva um presente para o médico. É um acordo informal para que o
atendam bem e rápido. Levam também desinfetante, agulha, algodão, linha para as
suturas".
"A medicina cubana é uma das mais atrasadas
do mundo", constata a repórter Nathalia Watkins na edição de VEJA desta semana. "A maioria dos seus profissionais se forma sem nunca ter visto um aparelho de
ultrassom, sem ouvir falar em stent coronário e sem poder se atualizar
pela internet". Vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital
completa o diagnóstico sombrio. "Cuba gradua médicos em escala industrial com
formação incompleta", informa. "Pelos padrões do Brasil, os cubanos não
poderiam sequer realizar procedimentos banais como ressuscitação ou
traqueostomia".
Enquanto não chegam os 6 mil doutores prontos
para aumentar as taxas de mortalidade (ou aproveitar a chance de escapar dos
escombros da fantasia comunista e desfrutar da vida em liberdade), o PT, o
PCdoB e os chamados "movimentos sociais" tratam de preencher com militantes de
confiança as vagas reservadas pelo regime castrista a brasileiros interessados
em cursar uma faculdade de medicina. No vídeo acima, editado por Dárcio
Bracarense, estudantes indicados pelo MST e aprovados pela embaixada
cubana falam sobre Cuba e contam o que pretendem fazer na volta ao país de
origem.
"O socialismo é o futuro", diz uma jovem
grávida de gratidão a Fidel. "Quero voltar ao meu país e plantar essa semente
revolucionária que estou vivenciando aqui e que está me nutrindo". É de morrer
de medo. É de matar de susto.
Fonte: "Direto ao Ponto"
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