Por Reinaldo Azevedo
Caros, vai abaixo um texto longo, dos mais
importantes, creio, que já escrevi neste blog. Se gostarem, passem adiante para
o debate. Acho que ele capta o espírito de um tempo. Avaliem.
*
Os valores democráticos, ao menos como os conhecemos, estão em declínio. E, se a democracia já não é mais como a conhecemos, então democracia não é, mas outra coisa, ainda a ser definida. Lembro, de cara, que a palavra "democracia" não é um fetiche, que deva ser necessariamente adorado. As pessoas podem, a exemplo de Lênin, Stálin, Hitler, Mao e outros tantos que os seguiram repudiá-la - e, com a palavra, os valores que encerra. No que me diz respeito, continuo apegado à tradição democrática. Refiro-me àquele regime baseado na representação, que garante a plena liberdade de organização da sociedade, que repudia a censura à opinião e que se pauta pela igualdade dos homens perante a lei. Eu o considero uma experiência civilizatória, não apenas um método de tomada de decisão pautado pela eficiência. Fosse assim, convenham, a ditadura dispõe de instrumentos bem mais convincentes até para promover o bem comum! De fato, a democracia não tem nem o monopólio das boas intenções e das boas realizações. Não se é um democrata convicto apenas por pragmatismo. O valor exclusivo da democracia, meus caros, é a liberdade.
Os valores democráticos, ao menos como os conhecemos, estão em declínio. E, se a democracia já não é mais como a conhecemos, então democracia não é, mas outra coisa, ainda a ser definida. Lembro, de cara, que a palavra "democracia" não é um fetiche, que deva ser necessariamente adorado. As pessoas podem, a exemplo de Lênin, Stálin, Hitler, Mao e outros tantos que os seguiram repudiá-la - e, com a palavra, os valores que encerra. No que me diz respeito, continuo apegado à tradição democrática. Refiro-me àquele regime baseado na representação, que garante a plena liberdade de organização da sociedade, que repudia a censura à opinião e que se pauta pela igualdade dos homens perante a lei. Eu o considero uma experiência civilizatória, não apenas um método de tomada de decisão pautado pela eficiência. Fosse assim, convenham, a ditadura dispõe de instrumentos bem mais convincentes até para promover o bem comum! De fato, a democracia não tem nem o monopólio das boas intenções e das boas realizações. Não se é um democrata convicto apenas por pragmatismo. O valor exclusivo da democracia, meus caros, é a liberdade.
As experiências de engenharia social oriundas do
socialismo - que se multiplicaram em correntes várias, que guardam, sim, aquela
matriz, mas estão bastante transformadas hoje - foram minando pouco a pouco os
pilares da democracia como a conhecemos. À medida que uma ideia abstrata de
igualdade - QUE TAMBÉM PODE SER PROMOVIDA POR UMA DITADURA! - tomou o lugar da
liberdade como elemento distintivo e exclusivo do regime democrático, valores
essenciais dessa experiência civilizatória foram entrando em declínio.
Episodicamente, pragmáticos do ultraliberalismo se uniram às esquerdas
renovadas (que já não querem mais, claro!, a planificação da economia de modelo
soviético) no que chamo de desprestígio (e até de ódio) à democracia.
Há um bom tempo venho percebendo esse movimento no Brasil
e em vários outros países. O resultado das eleições americanas deu o ensejo
para que adoráveis autoritários - alguns nem mesmo sabem o nome do que praticam
- expusessem todas as suas tentações. Das vocações supostamente as mais
libertárias, ouvi a satanização da divergência, da oposição, do contraditório.
E não só no Brasil. Editoriais de jornais americanos jogam fora os fatos e a
história do país para emprestar ao resultado das urnas a expressão de uma suposta
vontade coletiva de que Barack Obama seria uma espécie de antena ou de
demiurgo, de sorte que opor-se a ele, como fazem os republicanos (que crime!),
passa a ser encarado como sabotagem, expressão do atraso, do reacionarismo,
coisa de "macho, branco e velho". Nessa perspectiva, a nova metafísica é
"mulher, latina e jovem" (ainda voltarei a esse aspecto.
Pausa para um momento emblemático. Depois
retomo.
Assistia ontem ao Jornal da Globo. O correspondente Marcos Uchoa apresentou uma reportagem sobre a escolha do novo dirigente máximo da tirania chinesa. Falou-se das conquistas econômicas do país (o modelo é eficiente), das novas gerações que se beneficiam do crescimento (promove-se o bem comum…) etc e tal. E só um pouquinho da ditadura. Tendo como fundo a eleição americana, lembrou-se que também o regime chinês escolherá seu dirigente máximo, mas sem consulta popular. Então Uchoa disse o seguinte:
"Do comunismo, só restou o nome. Essa geração que vai assumir o poder é de filhos de antigos membros importantes do partido e é uma elite bem-educada e que hoje descartou dogmas ideológicos do passado e se concentra nas peças-chave da política: poder e dinheiro. Na mesma semana, o mundo vai ver duas maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo."
Assistia ontem ao Jornal da Globo. O correspondente Marcos Uchoa apresentou uma reportagem sobre a escolha do novo dirigente máximo da tirania chinesa. Falou-se das conquistas econômicas do país (o modelo é eficiente), das novas gerações que se beneficiam do crescimento (promove-se o bem comum…) etc e tal. E só um pouquinho da ditadura. Tendo como fundo a eleição americana, lembrou-se que também o regime chinês escolherá seu dirigente máximo, mas sem consulta popular. Então Uchoa disse o seguinte:
"Do comunismo, só restou o nome. Essa geração que vai assumir o poder é de filhos de antigos membros importantes do partido e é uma elite bem-educada e que hoje descartou dogmas ideológicos do passado e se concentra nas peças-chave da política: poder e dinheiro. Na mesma semana, o mundo vai ver duas maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo."
Comento
Não estou atribuindo intenções sub-reptícias ao repórter, de cujo trabalho não tenho nenhuma opinião. Nunca parei para pensar nisso. Também não o tomo como um pensador que deva ser contestado porque, afinal, influente e capaz de formar escola. Não! A questão é ainda mais séria. Temo que ele tenha sido apenas porta-voz de uma concepção corrente - ou que pode se tornar corrente. Um dos principais telejornais do país, da emissora mais importante e com maior audiência, sustenta que a eleição de um presidente nos EUA, sob o regime democrático (ainda), e a escolha do novo tirano chinês são "maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo" - assim como, sei lá, Barcelona e Chelsea correndo atrás da bola. Uchoa estabelece as peças-chave da política: "poder e dinheiro". Até Delúbio Soares poderia dizer a mesma coisa.
Não estou atribuindo intenções sub-reptícias ao repórter, de cujo trabalho não tenho nenhuma opinião. Nunca parei para pensar nisso. Também não o tomo como um pensador que deva ser contestado porque, afinal, influente e capaz de formar escola. Não! A questão é ainda mais séria. Temo que ele tenha sido apenas porta-voz de uma concepção corrente - ou que pode se tornar corrente. Um dos principais telejornais do país, da emissora mais importante e com maior audiência, sustenta que a eleição de um presidente nos EUA, sob o regime democrático (ainda), e a escolha do novo tirano chinês são "maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo" - assim como, sei lá, Barcelona e Chelsea correndo atrás da bola. Uchoa estabelece as peças-chave da política: "poder e dinheiro". Até Delúbio Soares poderia dizer a mesma coisa.
Reitero: não estou tentando acusá-lo de ser um defensor
de tiranias ou algo assim, mas o "jogo" que Obama ainda joga é outro - cada vez
mais contaminado, é verdade, nos EUA, no Brasil e em várias outras democracias
por aquele "esporte" que se pratica na China. E não! É falso que, naquele país,
só tenha restado do comunismo o nome, Marcos Uchoa! Restou também, e isto é
fundamental, o modelo de organização política. A fala do repórter tem
importância porque ela é a plena expressão de um tempo em que a igualdade (ou o
bem-estar social) tomou o lugar da liberdade como valor essencial da
democracia. Como escrevi logo de início, também as ditaduras podem fazer coisas
boas para as pessoas - como provam, no Brasil, o Estado Novo e o Regime
Militar. Fim da pausa para um momento emblemático.
Retomo
Muito bem! Os republicanos perderam a eleição. E daí? Atribui-se a derrota - como se ela tivesse sido vexaminosa, submetendo o partido ao ridículo, o que é uma piada - a suas convicções, que seriam ultrapassadas, conservadoras, reacionárias. Escolham entre esses e outros adjetivos aquele que lhes parecer mais depreciativo. Mas é isso o que dizem, afinal de contas, os fatos???
Muito bem! Os republicanos perderam a eleição. E daí? Atribui-se a derrota - como se ela tivesse sido vexaminosa, submetendo o partido ao ridículo, o que é uma piada - a suas convicções, que seriam ultrapassadas, conservadoras, reacionárias. Escolham entre esses e outros adjetivos aquele que lhes parecer mais depreciativo. Mas é isso o que dizem, afinal de contas, os fatos???
Mitt Romney teve seu nome sufragado por 48,1% daqueles
que foram votar, contra 50,4% de Obama. Não foi pequeno o risco de se ter, mais
uma vez, um presidente vitorioso nas urnas que, não obstante, perde no colégio
eleitoral. A regra, nos EUA, é o presidente conquistar a reeleição, não o
contrário. A excepcionalidade de Obama, havendo uma, está em tê-lo conseguido
com uma das mais baixas margens da história - apenas 2,3 pontos de vantagem. Do
primeiro ano do século 20 até agora (incluindo-se o segundo mandato do atual
presidente), os republicanos foram governo por 15 mandatos; os democratas, por
14. Considerado só o século passado, o placar é de 13 a 12 a favor dos
primeiros. Neste século, chegarão ao empate: dois a dois. Os democratas ficaram
20 anos no poder (de 1933 a 1952). Seus líderes chegaram a namorar com tentações
fascistoides, mas o regime democrático acabou triunfando. Nas eleições deste
ano, não custa lembrar, os republicanos mantiveram o controle da Câmara.
Por que, afinal, analistas de lá - dos EUA - e daqui
insistem em apontar o que seria uma derrota histórica do partido (???), havendo
mesmo quem anteveja, santo Deus!, até a sua extinção?
Vamos lá
Embora Obama tenha sido eleito e reeleito segundo as regras vigentes na democracia americana, é visto, por deslumbrados de lá e daqui, não como um procurador daqueles valores, mas como um seu reformador. Em certa medida, algo análogo acontece, no Brasil, com o lulo-petismo. Como a "igualdade e o bem-estar social" (aquilo que a China também promove…) tomaram o lugar da liberdade como valor essencial da democracia e como o presidente é visto como a encarnação desses valores, opor-se a ele fugiria da esfera da luta democrática. Os republicanos, assim, não seriam representantes de uma parcela da população americana - simbolicamente, nesta eleição, a metade! - que discorda de suas medidas, de suas políticas, de suas escolhas! Nada disso! Seriam apenas porta-vozes do atraso, sabotadores, defensores de privilégios, insensíveis sociais que não estariam atentos ao novo momento.
Embora Obama tenha sido eleito e reeleito segundo as regras vigentes na democracia americana, é visto, por deslumbrados de lá e daqui, não como um procurador daqueles valores, mas como um seu reformador. Em certa medida, algo análogo acontece, no Brasil, com o lulo-petismo. Como a "igualdade e o bem-estar social" (aquilo que a China também promove…) tomaram o lugar da liberdade como valor essencial da democracia e como o presidente é visto como a encarnação desses valores, opor-se a ele fugiria da esfera da luta democrática. Os republicanos, assim, não seriam representantes de uma parcela da população americana - simbolicamente, nesta eleição, a metade! - que discorda de suas medidas, de suas políticas, de suas escolhas! Nada disso! Seriam apenas porta-vozes do atraso, sabotadores, defensores de privilégios, insensíveis sociais que não estariam atentos ao novo momento.
Se os EUA se fizeram (e até Obama lembrou isso no
discurso da vitória) articulando suas diferenças e divergências - e falamos de
um povo que fez uma das guerras civis mais cruentas da história -, esse momento
da democracia vigiado por minorias militantes, por alcaides do pensamento e por
censores bem-intencionados excomunga o contraditório. À oposição, assim, não
cabe nem mesmo o papel de vigiar as escolhas de Obama - muito menos de
recusá-las. A ela estaria reservado o silêncio obsequioso, já que o mandato
deste presidente não viria apenas das urnas, mas também dessa espécie de
encarnação de utopias coletivas e igualitárias.
A VEJA.com publicou ontem uma boa síntese do que escreveram sobre o resultado
das eleições alguns jornais americanos. O Wall Street Journal vislumbra severas
dificuldades para os republicanos (com, reitero, 48,1% dos votos totais!!!)
porque o partido teria sido escolhido, principalmente, pela população branca e
mais velha - que está em declínio. Poderia ter incluído também "os homens".
Assim, este seria o retrato da "reação" na América: macho, branco e coroa. Newt
Gingrich, derrotado por Romney nas primárias, não perde a chance de embarcar no
equívoco. Afirmou que seu partido enfrenta um "grande desafio institucional":
descobrir como se conectar com os eleitores das minorias que compõem uma
parcela cada vez maior da sociedade americana. "O Partido Republicano
simplesmente tem de aprender a parecer mais inclusivo para as minorias,
particularmente hispânicos". Repete, mais ou menos, o juízo asnal de alguns
tucanos no Brasil, que estão convictos de que o PSDB deve disputar o eleitorado
cativo do PT… "Ah, mas um dia os brancos serão minoria, e aí…" Bem, é preciso
ver se os descendentes dos latinos, em 20 ou 30 anos, continuarão seduzidos
pela pauta democrata, não é?
Os republicanos construíram, eis a verdade, uma
alternativa real de poder - refiro-me à questão política; no conteúdo, os dois
candidatos foram sofríveis, especialmente nos temas internos. E o fizeram, no
que concerne aos valores, sendo quem são. Os números e a história demonstram
que a virtude da democracia americana, ao contrário do que tenho ouvido por aí,
está justamente na polarização. "Mas os republicanos quase levam os EUA ao
calote, Reinaldo!" Não! Os republicanos se utilizaram de uma garantia constitucional
para não permitir que o Executivo impusesse a sua vontade. Obama foi obrigado a
negociar, e eis aí o homem reeleito.
O New York Times (aquele jornal que aceita anúncio
conclamando católicos a deixar de ser católicos, mas recusa o que conclama muçulmanos
a abandonar a sua religião) foi mais longe. Viu na reeleição de Obama "um
repúdio à era Reagan" no que diz respeito ao corte exagerado dos impostos e às
políticas de "intolerância, medo e desinformação". Uau! É um triplo salto
carpado dialético e tanto, não sei se já sob a influência de Mark Thompson,
ex-chefão da BBC e contratado para ser o chefão do jornal americano. Na empresa
britânica, ele se tornou célebre por declarar que, por lá, permitia-se zombar
de Jesus, mas não de Maomé. Evoco essas questões laterais porque elas compõem a
metafísica de um tempo. Então vamos ver. Talvez eu não tenha entendido direito
o "raciossímio" do Times. Em 1980, Reagan venceu Carter em 44 estados
- o democrata ficou com apenas 6 (50,7% dos votos a 41%). No Colégio, o placar
foi de 489 a 49. E Carter era presidente! Em 1984, o republicano foi reeleito
de forma humilhante para os democratas: sagrou-se vitorioso em 49 estados
(58,8% a 40,6%). Deixou apenas um para o adversário; no colégio, 525 a 13! O
presidente fez o seu sucessor, Bush pai, que triunfou em 40 estados (426 a
111): 53,37% a 45,65%. Não obstante, a era Reagan teria sido repudiada agora, e
a evidência estaria na vitória de Obama em apenas 26 estados (contra 24 do
adversário), por um placar com 2,3 pontos de diferença. Clinton venceu em 33
estados na primeira eleição (1992) e em 32 na segunda (1996). E manteve os
fundamentos da economia da era Reagan. Eis a verdade traduzida em números da
afirmação feita pelo jornal.
Que fique claro!
A mim me importam menos as respectivas pautas de cada candidato do que essa cultura de aversão à democracia que vai se espalhando. E que, por óbvio, não nos é estranha. Também entre nós o exercício da oposição, agora que "progressistas" estão no poder, vai se tornando algo malvisto, mero exercício de sabotagem e de oposição àqueles que seriam os interesses do povo. Dou um exemplo evidente: as cotas raciais foram impostas às universidades federais sem nem mesmo debate no Parlamento. A simples crítica à medida é apontada como ódio aos pobres, às minorias, aos oprimidos - todas aquelas tolices fantasiosas que compõem o estoque de agressões dos autoritários.
A mim me importam menos as respectivas pautas de cada candidato do que essa cultura de aversão à democracia que vai se espalhando. E que, por óbvio, não nos é estranha. Também entre nós o exercício da oposição, agora que "progressistas" estão no poder, vai se tornando algo malvisto, mero exercício de sabotagem e de oposição àqueles que seriam os interesses do povo. Dou um exemplo evidente: as cotas raciais foram impostas às universidades federais sem nem mesmo debate no Parlamento. A simples crítica à medida é apontada como ódio aos pobres, às minorias, aos oprimidos - todas aquelas tolices fantasiosas que compõem o estoque de agressões dos autoritários.
Os republicanos? Ah, eles tiveram a coragem de enfrentar
o tal "Obamacare", o que parecia, à primeira vista, suicídio político e, mais
uma vez, obrigaram o governo a negociar. E sabem por que o fizeram? Porque
tinham mandato de seus eleitores para fazê-lo. E agiram dentro das regras
estabelecidas pela democracia americana. "Ah, mas olhe aí o resultado!" Sim,
olho e vejo um partido que era uma real alternativa de poder. E só o era - e
como as emissoras de TV suaram frio desta vez, não é? - porque, em vez de
aderir à pauta do adversário - que, afinal, do adversário é -, fez a sua
própria ao longo dos quatro anos de mandato de Obama. Reitero: não entro no
mérito; talvez, nos EUA, eu apoiasse o plano de saúde de Obama. O ponto não é
esse: estou advogando o direito que tem a oposição de ser contra ele. Se é por
bons ou por maus motivos, isso o processo político evidencia. Chega a espantoso
que muitos cobrem da oposição brasileira coragem para enfrentar o PT, mas
adiram alegremente à satanização dos republicanos porque estes fazem lá -
reitero: não estou tratando de conteúdo - o que a oposição brasileira não
aprendeu a fazer aqui.
Fala-se, finalmente, de um país dividido. É? Melhor do
que outro em que um partido, com pretensões hegemônicas, recorre a expedientes
criminosos para eliminar a oposição. Os "decadentes" republicanos terão, por
exemplo, o domínio da Câmara. Não existem PMDB e PSD nos EUA, aqueles que não
são "nem de esquerda, nem de direita, nem de centro". Os derrotados do dia
anterior não são os vitoriosos do dia seguinte - ou, para ficar na espécie
(como diria Marco Aurélio), derrotados e vitoriosos num mesmo dia… O que se
chama um "país rachado" é um país que reconhece, ainda!!!, instituições por
meio das quais se articulam essas divergências.
O valor exclusivo da democracia é a liberdade. E a
característica exclusiva da liberdade é poder dizer "não".
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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