Por Gercy Joaquim Camêlo
Diante da onda assustadora de violência social,
principalmente envolvendo jovens com menos de 18 anos, discute-se no Brasil a
redução da maior idade penal para fins de punir, criminalmente, o hoje menor de
18 anos que comete crime. Com todo o respeito aos que são contra a redução da
idade para fins de aplicação da lei penal, data vênia, para mim, criminoso não
tem idade, todos devem ser responsabilizados, conforme a lei, independente da
idade que tenham. O que deveria ser observado, na minha modesta opinião, é o
modelo carcerário existente, separando os presos por idade e pelo grau de
periculosidade. O bandido de hoje, ao ser preso e conduzido à cadeia, na
maioria das vezes, vai rindo, fazendo careta e debochando da justiça. Tudo pela
certeza de que não ficará na cadeia por muito tempo, isto é, se pelo menos
conseguir entrar.
O povo brasileiro, especialmente a juventude, maior vítima dos bandidos,
precisa acordar, abrir os olhos, constatar a gravidade do problema e tomar
atitudes duras e urgentes contra as autoridades que não agem e pela mudança
imediata do arcaico Código Penal Brasileiro. A sociedade já sabe que existe um
grupo de juristas estudando o assunto. Entretanto, não tenho visto os segmentos
sociais e os órgãos que cuidam da segurança pública serem convidados à opinarem
sobre a matéria. Será que a opinião das vítimas e dos profissionais da área não
contribuem? Vale lembrar que toda lei elaborada de cima para baixo não pega e
nem atende as reais necessidades do povo.
É importante lembrar que, enquanto as autoridades perdem tempo enxugando gelo,
os criminosos se aproveitam para se organizarem, ganharem terreno e praticarem
os mais violentos e hediondos crimes, além de confinarem a família brasileira
às suas respectivas residências. Todavia, não podemos esquecer que os
brasileiros (criminosos) que se encontram encarcerados, por haverem cometido
crimes, mais de 70% foram antes vítimas da mesma sociedade que os puniu. Se alguém
tiver dúvidas, sugiro que visite o sistema prisional, ou dê uma volta pela
cidade, e verifique quantas pessoas de todas as idades vivem excluídas da
sociedade, e entregue à própria sorte, sem que ninguém se preocupe com elas.
* Gercy Joaquim Camêlo é coronel PM em Roraima e governador do Distrito 4530 de
Rotary International
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