Por Reinaldo
Azevedo
Ontem,
parlamentares petistas, na Câmara e no Senado, obedecendo ao grito de guerra
lançado pela Executiva do PT, sob a inspiração de Luiz Inácio Stálin da Silva,
assumiram a tribuna para defender o partido. Acusaram a existência de uma
suposta conspiração contra o partido. Dela fariam parte, como sempre, as tais
elites e a imprensa. O partido que mais arrecada recursos de campanha junto a
indústrias, empreiteiras e bancos não disse exatamente a que elite se referia -
quem sabe estivesse a falar sobre a elite dos homens de espírito livre, que não
aceitam se submeter às vontades de um partido, de um candidato a tiranete, de
alguém que acredita ser Deus. O deputado André Vargas (PR), secretário de
Comunicação da legenda, não teve dúvida: afirmou que a transmissão ao vivo do
julgamento, pela TV Justiça, põe em risco a democracia.
Viva! Eis,
finalmente, sem máscara, a verdadeira cara do PT. Ao longo de 32 anos, a
legenda se apresentou com várias faces. Já foi o partido "do socialismo", da
"terra, trabalho e liberdade", da "ética na política", da "sociedade
organizada", das "minorias", da "democracia". Um dos truques mais antigos do
demônio - a rigor, é seu único recurso - é se apresentar por aquilo que não é.
Do socialismo, o
PT só herdou o autoritarismo.
Da luta por igualdade e justiça, só conservou os burocratas da militância.
Da pregação em favor da ética, restou a construção de uma moral coletiva que só serve ao partido, a transformar seus bandidos em heróis e em bandidos aqueles que a ele se opõem, sejam ou não culpados.
Da sociedade organizada, fez uma máquina de aparelhar o estado, submetendo o bem coletivo aos interesses de um grupo.
Da luta das minorias, organizou as suas micropolícias do pensamento, de inspiração fascistoide.
Era fatal que chegasse, então, ao repúdio claro, escancarado, arreganhado, sem subterfúgios, à democracia. O secretário de Comunicação do PT disse ontem, com todas as letras, que uma Justiça que se exerce à luz do dia e ao alcance de uma parcela ao menos do povo é uma… ameaça a ordem democrática. Vamos ver.
Da luta por igualdade e justiça, só conservou os burocratas da militância.
Da pregação em favor da ética, restou a construção de uma moral coletiva que só serve ao partido, a transformar seus bandidos em heróis e em bandidos aqueles que a ele se opõem, sejam ou não culpados.
Da sociedade organizada, fez uma máquina de aparelhar o estado, submetendo o bem coletivo aos interesses de um grupo.
Da luta das minorias, organizou as suas micropolícias do pensamento, de inspiração fascistoide.
Era fatal que chegasse, então, ao repúdio claro, escancarado, arreganhado, sem subterfúgios, à democracia. O secretário de Comunicação do PT disse ontem, com todas as letras, que uma Justiça que se exerce à luz do dia e ao alcance de uma parcela ao menos do povo é uma… ameaça a ordem democrática. Vamos ver.
Denuncio as
tentações totalitárias do PT bem antes de essa gente chegar ao poder. Conheço
de perto seu repúdio à democracia. O ódio contra a Justiça e a defesa da
censura decorre do fato de que essa turma não acredita na existência de
culpados e inocentes. O mundo de Lula e de seus comandados obedece a outra
clivagem: eles só enxergam aliados e adversários. Tudo o que serve aos
propósitos do partido e a seu fortalecimento é bom; tudo o que se mostra um
empecilho à expansão de seus domínios é mau. Afinal, não é esse mesmo Lula que,
em menos de dois anos, tanto satanizou o clã Sarney em palanque como o
classificou de paladino de democracia? Em solenidade recente, Marta Suplicy,
ministra da Cultura (!), chamou o presidente do Senado de "estadista".
O país dos petralhas é aquele em que o compadrio toma o lugar das leis.
O país dos petralhas é aquele em que a impunidade dos companheiros é chamada de justiça.
O país dos petralhas é aquele em que o bem coletivo é tratado como propriedade privada de um partido.
O país dos petralhas é aquele em que um partido vigia a sociedade, em vez de a sociedade, por meio de suas leis democráticas, vigiar os partidos.
O país dos petralhas é aquele que quer censurar a imprensa livre.
O país dos petralhas é aquele que financia pistoleiros disfarçados de jornalistas.
O país dos petralhas é aquele que quer transformar o Supremo Tribunal Federal numa repartição de um partido.
Denuncio o país dos petralhas porque acredito
no país dos homens livres, que não devem obediência a aiatolás e a aiatolulas;
que podem pensar sem peias, que podem opinar sem medo, que não se deixam
intimidar pela policia do pensamento.
Espantoso
atrevimento
É espantoso o atrevimento dessa gente! Nas conversas que manteve com seus interlocutores, Marcos Valério deixou mais do que claro: ele havia recebido dos petistas a garantia de que não seria molestado pela Justiça. Os ministros do Supremo que têm vergonha na cara - e, hoje, eles são uma maioria esmagadora - não aceitam ser tutelados por Lula porque, de fato, no estado de direito, essa tutela pertence à Constituição e às leis.
É espantoso o atrevimento dessa gente! Nas conversas que manteve com seus interlocutores, Marcos Valério deixou mais do que claro: ele havia recebido dos petistas a garantia de que não seria molestado pela Justiça. Os ministros do Supremo que têm vergonha na cara - e, hoje, eles são uma maioria esmagadora - não aceitam ser tutelados por Lula porque, de fato, no estado de direito, essa tutela pertence à Constituição e às leis.
Aqueles aos quais
é dado ter a última palavra no que concerne às leis são primariamente indicados
para o cargo pelo presidente da República porque este é um dos ofícios do chefe
do Executivo, constitucionalmente definido. Ao Senado cabe indicar ou reprovar
o nome. O ministro que chega à Corte não está investido nem da vontade do
presidente nem da vontade dos senadores. Sua investidura decorre da origem
popular do mandato daqueles dois outros Poderes. Ministros do Supremo, senhor
Luiz Inácio Lula da Silva, servem ao povo, dentro dos parâmetros da
Constituição e dos demais códigos legais.
Ministros
do Supremo, em suma, não são corruptos passivos que praticam atos de ofício em
benefício de um corruptor ativo - ainda que em nome da ideologia ou de um
partido.
Lula jamais vai
entender isso. Não porque lhe falte instrução formal. Ele é mais autoritário do
que propriamente ignorante. E é também um sem-limites. A Brasília e a
corredores do STF já chegaram seus ódios e seus vitupérios, sua desmesura no
uso de palavrões - comum, diga-se, mesmo em conversas amenas -, suas iras
santas. Porque ele próprio nunca se reconheceu como um devedor das
instituições, estava firmemente convencido de que os ministros que nomeou deviam
vassalagem a ele, não ao estado democrático e de direito. É o que leva o
deputado André Vargas a fazer aquela declaração boçal. A sociedade com a qual
Lula sonha não é muito diferente da de Chávez. O petismo só escolheu outro
método: o da boca do caixa.
O PT está em seu
terceiro mandato presidencial. A oposição no Brasil é a menor - acreditem! - da
América Latina (e de todo o mundo democrático). Até Chávez, Rafael Correa,
Cristina Kirchner e Evo Morales têm mais adversários nos respectivos
Parlamentos do que o PT. Mesmo assim, os petistas alimentam um permanente
sentimento de derrota. Para que experimentassem mesmo a sensação de vitória,
seria preciso ter juízes e imprensa debaixo do chicote.
E não terão. O
Brasil que se preza, acreditem, já derrotou o país dos petralhas.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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