"Tarcízio 'vende' conta salário': Licitação mais que temerária!"

Por Jorge Magalhães

Prestes a findar o contrato entre a Prefeitura de Feira de Santana e o Banco Itaú, que administra as conta-correntes dos funcionários públicos do município, uma nova licitação está em curso com vistas a “vender” as contas-salário para uma instituição financeira.

A operação, respaldada pelo Banco Central, é feita através de leilões eletrônicos, sagrando vencedora a rede bancária que oferecer à Prefeitura a melhor oferta em dinheiro.

O contrato, que ora vige com o Banco Itaú, foi celebrado em setembro de 2007 e obedeceu a todo o trâmite legal, à época, rendendo aos cofres da Prefeitura de Feira cerca R$ 19 milhões, aplicados em obras de infraestrutura.

Ocorre que o atual governo será concluído no dia 31 de dezembro e, em apenas quatro meses, não haverá mais tempo hábil para criar projetos de infraestrutura que sirvam à população de forma duradoura, como tem sido uma praxe na maioria dos municípios brasileiros que fez uso dos recursos oriundos deste mesmo expediente.

Uma pergunta que se impõe: o que uma administração desacreditada politicamente, sem condições de honrar empréstimos por não gozar de respaldo contábil, e com várias ações acatadas contra si no Ministério Público faria com este recurso senão usá-lo para honrar despesas de custeio de dívidas contratadas a curto prazo?

Neste sentido, preocupado com a aplicação correta do dinheiro advindo deste leilão, previsto para o próximo dia 15, quarta-feira, com lance mínimo estipulado em R$ 16 milhões, é que uma nova ação popular tramita na Vara da Fazenda Pública que, indubitavelmente, em Feira de Santana, tem se mostrado vigoroso e vigilante na defesa da moralidade administrativa.

Há que se considerar, ainda, que estamos a menos de cinqüenta dias do pleito eleitoral – período fértil para disse-me-disse e suposições que não se coadunam com o bom procedimento administrativo.

Como fica evidente, dada a importância vultosa da verba em questão e o seu nebuloso contexto, seria de bom alvitre que o MP entrasse imediatamente em ação com o fito de zelar pela destinação pertinaz destes recursos, a bem da coisa pública.

Fonte: “Etc & Tal News”