Por Dora Kramer
O PT não acreditava que o
julgamento do mensalão aconteceria neste ano, não esperava que o relator fosse
tão enfático, claro e didático na exposição dos acontecimentos que o levaram a
condenar até agora quatro réus, e tampouco imaginava que a narrativa passaria
ao largo da tese do caixa 2 à qual ficaram presos os advogados.
O PT apostava na prescrição
dos crimes, na desqualificação da denúncia, na contraposição da "força das ruas"
ao peso dos fatos, no esvaziamento do processo por obra da retórica, nas
manobras para o retorno de acusados a postos de destaque na política.
O PT escorava-se, sobretudo,
na inconsistência dos autos e na impossibilidade de se construir um relato
provido de nexo entre causas, efeitos, atos, funções e objetivos.
O PT tinha mesmo a
expectativa de que tudo acabasse conforme o prognóstico de Delúbio Soares em
entrevista ao jornalista Expedito Filho, do jornal 'O Estado de S. Paulo', em
outubro de 2005: "Dentro de três ou quatro anos tudo será resolvido e acabará
virando piada de salão. É só ter calma. Seremos vitoriosos não só na Justiça,
mas no processo político".
Acertou no varejo, o partido
realmente não colheu revezes eleitorais do escândalo, mas equivocou-se no
atacado porque na Justiça o prejuízo está feito, ainda que a maioria dos
ministros não acompanhe na integralidade o raciocínio do relator.
O PT não contava com isso.
Tanto não contava e tão autoconfiante estava que bancou o lançamento de João
Paulo Cunha como candidato a prefeito de uma cidade (Osasco) "colada" a uma
capital da visibilidade de São Paulo.
Para um partido que não
queria ligar seu nome ao julgamento no cenário de eleição, a presença de um réu
na disputa é a exposição de um elo mais que imperfeito.
Fonte: "O Estado de S. Paulo"
3 comentários:
Tarcisio tem um índice de rejeição invejável, na campanha o povo fecha as portas pra não receber ele, os vereadores nem colocam o nome nos panfletos, está colhendo o que plantou com sua assessoria incompetente e seu gênio difícil e perseguidor!
Parabéns vereadores por livrar o povo de Feira do maior calote da história, Tarcísio iria pagar com as licitações do lixo e bancos os rombos do governo dele e ficar ileso!!!Prefeito o povo quer explicações.
Só não gostei de os dois primeiros votos(relator e revisor) terem absolvido Gushiken, mas parece que o deputado João Paulo Cunha, principalmente, vai se danar todo.
Amanhã, será lido o voto do ministro revisor, sôbre João Paulo, que já foi condenado pelo relator, ministro Joaquim. Os outros ministros não devem votar muito diferente.
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