Por Ricardo Noblat
Será desproporcional o espaço
oferecido pelos meios de comunicação à cobertura do julgamento do processo do
mensalão no Supremo Tribunal Federal?
Muita gente do PT acha que sim. Muita
gente apenas simpática ao PT também acha. O espaço deveria ser menor, sim
senhor.
Por que?
Porque a maioria dos brasileiros não
está interessada no julgamento.
Então por que se gasta tanto espaço
com o assunto?
Ora, porque os meios de comunicação
são contra o PT. E querem prejudicá-lo.
Em resumo, é assim que pensam
filiados e adeptos do PT.
Sinto muito, mas estão errados.
É verdade que a maioria dos
brasileiros não está nem aí para o julgamento do mensalão. Mas ela costuma não
se ligar em fatos políticos.
Temos eleições de dois em dois anos,
por exemplo. E a maioria só começa a prestar atenção na campanha e nos
candidatos em cima da hora, faltando poucas semanas para votar.
Isso é bom ou ruim? É ruim. Muito
ruim.
Não se constrói uma democracia sólida
desprezando-se a política.
São políticos bandidos, empenhados em
enriquecer, os que mais ganham com o desprezo dos brasileiros à política.
Os meios de comunicação servem bem à
democracia quando oferecem generoso espaço para tudo o que tenha a ver com o
exercício da política. Para tudo o que tenha a ver com a vida. E a política
tem.
O escândalo do mensalão decorreu do
modo como o PT imaginou garantir a governabilidade.
Lula se elegeu em 2002 sem dispor de
ampla sustentação no Congresso.
De princípio não quis ceder à idéia
de lotear o governo, entregando aos partidos grandes quantidades de cargos.
Então o PT teve a brilhante idéia de
pagar mesadas a deputados para que votassem com o governo.
No seu segundo mandato, uma vez que o
mensalão fôra sepultado, Lula loteou o governo com 17 partidos.
Saber o que foi o mensalão, saber
como funcionava, saber quem participou dele, acompanhar o julgamento no Supremo
Tribunal Federal, tudo isso ajudará, certamente, para que o caso não se repita.
Ou para dificultar a repetição do caso.
Noutro dia, o presidente do Paraguai
foi deposto em menos de 48 horas.
Nossos meios de comunicação passaram
semanas falando sobre o episódio. Alguns chamaram de golpe o que aconteceu no
Paraguai. Outros não viram nada demais.
Se os brasileiros dão as costas para
fatos políticos eminentemente locais, imaginem se deram bola para o que se
passou no Paraguai...
Portanto, a queda do presidente
paraguaio não deveria ter ocupado espaço nos nossos meios de comunicação.
Certo?
Não vi ninguém do PT ou próximo dele
reclamar da cobertura.
Como antes não vira ninguém do PT ou
próximo dele reclamar da cobertura do escândalo do partido Democratas, em
Brasília.
Nunca antes na história um escândalo
foi tão bem documentado. O governador de Brasília acabou preso. E depois
renunciou ao mandato.
E a situação do governador de Goiás,
Marconi Perillo, do PT, enrolado com o bicheiro Carlinhos Cachoeira? Hein?
Como brasileiro não gosta de
política, os meios de comunicação deveriam deixar Perillo em paz. É ou não é?
Hein, petistas? Faço a pergunta a
vocês.
A alienação só favorece os espertos,
uma minoria ativa, mas uma minoria.
Quando os espertos se dão bem, vocês
sabem para quem sobra.
Fonte: "Blog do Noblat"
Um comentário:
Resumindo, se é bom para o PT, certamente é péssimo para o povo.
E é claro que os meios de comunicação devem explorar bastante os assuntos (todos) que tem a ver com a corrupção. Um dia, o povo aprenderá a separar o joio do trigo.
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