"A crise estará conosco por muitos anos ainda"

Longe de um fim, a crise coloca em risco o Produto Interno Bruto (PIB) - conjunto de bens e serviços produzidos por um país - potencial dos países. Esses foi um dos comentários do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan no fechamento do ciclo da manha do seminário Para onde vai a economia da América Latina, na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
- A crise estará conosco por muitos anos ainda. Não era uma marolinha como se pretendeu aqui - disse Malan, acrescentando que expectativas dos emergentes apontavam para crescimento, a despeito da crise nos países desenvolvidos. - Isso é muito ingênuo.
Para ele, a economia dos países tem um risco cíclico que pode ser resolvido por políticas fiscal, monetária e creditícia.
- Há ainda um risco de longo prazo e a crise afetar o crescimento potencial, de longo prazo, dos países em desenvolvimento e desenvolvidos. E isso envolve por exemplo gestão de produtividade, capital físico e humano, marcos regulatórios.
Na avaliação de Samuel Pessoa, professor da FGV, é possível que nos próximos anos a América latina siga mais o caminho da equidade do que do crescimento econômico. E isso, segundo ele, pode se traduzir em elevação da carga tributaria.
- Isso pode ocorrer na região como um todo, conforme o jogo democrático avance.

Fonte: "O Globo"