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segunda-feira, 9 de julho de 2012

"Lula na fila"

Por Ricardo Noblat
Parte da torcida por Dilma Rousseff é sincera. Está, de fato, interessada no seu sucesso. Gosta dela ou aprendeu a gostar. E considera que o país vai muito bem.
Outra parte da torcida por Dilma é... Como direi? Oportunista. É isso. Espera que o sucesso de Dilma acabe com as chances de Lula de ser candidato a presidente daqui a dois anos.
Aconselho a parte da torcida de ocasião a retirar de vez o equino do meio do aguaceiro.
Dilma só terá uma chance de ser candidata à reeleição: se Lula escolher ficar em casa ouvindo dona Marisa falar sobre a vivacidade dos netos.
Outro dia ele disse que só será candidato se Dilma não quiser ser. Lorota. Mais uma.
É justamente o contrário.
Dilma só será candidata se Lula não quiser ser. Ou se a saúde não lhe permitir que seja.
Entre Brasília e São Paulo, no seu primeiro voo como ex-presidente da República, Lula chorou como um recém-nascido a quem a mãe sonega o peito. Comoveu quem o viu chorar. O senadorJosé Sarney (PMDB-AP) foi um deles.
O choro tinha muito a ver com o balanço feito por Lula de sua admirável trajetória de vida - do menino pobre que fugiu da seca do Nordeste ao líder operário que paralisou mais de uma vez a região do ABC paulista; do fundador de um bem-sucedido partido político ao presidente mais popular da história do país.
Se não bastasse, antes dele somente um presidente elegera seu sucessor: o general Ernesto Geisel, penúltimo mandatário da ditadura de 64 e padrinho do general João Batista de Oliveira Figueiredo, o que preferia cheiro de cavalo a cheiro de povo, como disse um dia.
Lula elegeu Dilma, que jamais disputara uma eleição. Nem para síndica de prédio.
Um pouco do choro aéreo de Lula tinha a ver com outra coisa: ali, a bordo do jato presidencial, estava um político que desejara ardentemente ter continuado a governar o país para além dos oito anos de dois mandatos. Lula até havia sondado aliados sobre a ideia de mudar a Constituição para tentar se reeleger pela terceira vez. Em vão.
Fora dona Marisa, a quem a ideia não desagradava, governadores e cabeças maduras do PT se opuseram ao terceiro mandato consecutivo como uma aventura perigosa que custaria muito caro.
Lula poderia vendê-la a um Congresso subserviente e repleto de picaretas - cerca de 300 quando ele era deputado, bem mais depois de o PT chegar ao poder.
Haveria, porém, o risco de a ideia empacar no Supremo Tribunal Federal.
Erra quem imagina que Lula conversou com Dilma sobre seu desejo de voltar a governar o país a partir de 2014. Nem conversou nem precisaria ter conversado.
A lealdade, a absoluta lealdade é uma das virtudes de Dilma destacada por todos que a conhecem de perto. Dilma costuma falar em "projeto".
Ela se sente parte de um projeto inaugurado com a primeira eleição de Lula, e que não tem data para terminar. O objetivo do projeto é desenvolver o Brasil, com ênfase na eliminação da fome e da pobreza. A peça vital para que o projeto dê certo é Lula.
O que temos há pouco mais de um ano é um governo de coabitação - Dilma e Lula.
Um mandato está de bom tamanho para ela, que não tem vocação para lidar com políticos malandros à caça de vantagens fáceis.
Lula tem vocação de sobra porque é tão ou mais malandro do que eles. O tome-lá-me-dê-o-meu corre nas veias flácidas do ex-sindicalista habituado a prometer, entregando se necessário, e a blefar sem cerimônia.
Dilma não é malandra. Não saberia ser. E nem desejaria ser.
Nas veias duras da ex-guerrilheira que suportou muita pancada corre o me-dê-cá pelo o que acho ser o melhor para o Brasil.
É por isso que os políticos acendem velas. Pedem que o tempo passe rápido, livrando-os da eventual ocupante da cadeira presidencial na ausência de Lula.
Não seria melhor para a imagem de Lula que ele renunciasse à vontade de concorrer a um terceiro mandato e, caso o obtenha, a um quarto?
O vento econômico, agora, sopra contra.
Lula III enfrentará a memória de Lula I e de Lula II.
Na política a fila anda. E a voltar, Lula atrapalhará a fila.
Fonte: "Blog do Noblat"

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