As
calçadas da capital mineira passam por reformulação para melhor mobilidade dos
cidadãos, inclusive aqueles com necessidades especiais. Mas muitas dúvidas surgem
nos moradores, que têm o dever de atuar na conservação dos passeios. Dúvidas
que, se não esclarecidas, podem interferir no sucesso dessa iniciativa da
Prefeitura
Belo
Horizonte é a segunda capital com as melhores calçadas do Brasil, segundo
levantamento do portal Mobilize Brasil. Mesmo assim, há muito que fazer:
irregularidades como desníveis e pouca sinalização dificultam, principalmente,
a vida de pessoas com dificuldades de locomoção. Ciente disso, a prefeitura já
coloca em prática a revitalização dos passeios e vários moradores foram
notificados a adotarem a mudança. A novidade gera diversas dúvidas: existe uma
regra? Quais mudanças devem ser feitas? Como deve ser colocado o novo piso?
Para sanar essas e outras questões, a arquiteta Flávia Soares salienta pontos importantes
que devem ser adotados para que a cidade tenha mais calçadas bem cuidadas e
seguras: "Os passeios públicos, em toda a extensão do território brasileiro,
devem seguir as normas da NBR 9050. Entre essas regras, vale destacar a
sinalização tátil de alerta que serve como linha guia. Edificações públicas e
rebaixamento de calçadas também devem estar bem indicadas e distantes dessa
linha 1,2 metros. Caso haja obstáculos como orelhões, lixeiras, árvores e
outros, esses sinalizadores devem estar em torno do obstáculo numa distância de
60 centímetros".
Quanto aos desníveis, eles podem ser de no máximo 8,33%, mas, segundo
Flávia, essa regra é difícil de ser aplicada na capital mineira devido à sua
topografia. Os degraus também podem ter inclinação de até 8,33%, desde que bem
sinalizados. Outro item causa ainda mais dúvida aos moradores. Como deixar a
calçada em sintonia com a do vizinho e, assim, evitar desníveis? "Para que seu
passeio fique em acordo com os dos vizinhos, deve-se observar as normas e
seguir o alinhamento das linhas guias que, por ventura, já existirem em sua
rua", enfatizar a arquiteta.
Para a profissional, as calçadas devem ser simples e com o menor número
de interferências para melhor uso das pessoas portadoras de necessidades
especiais. "Aconselho o uso de ladrilhos com a sinalização tátil e concreto
protendido". Vale lembrar que os passeios indicam o cuidado das pessoas e dos
governantes com o lugar onde vivem. Mais que bonitos, eles precisam ser seguros
para melhor mobilidade das pessoas, inclusive aquelas com necessidades
especiais.
(Com informações de Ana Paula Horta e Fernanda Pinho, da Mão Dupla
Comunicação)
Um comentário:
Se padronizassem os passeios de Feira de Santana melhoraria o astral, mas nada adiantaria se os ambulantes permanecessem os ocupando.
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