Por Reinaldo Azevedo
Márcio Thomaz Bastos, atual advogado de
Carlinhos Cachoeira, também tem como cliente um dos acusados no processo do
mensalão: José Roberto Salgado, diretor do Banco Rural, uma das instituições
financeiras por onde transitou o dinheiro que alimentava os mensaleiros. Bastos
havia entrado com um recurso no Supremo pedindo que o caso do seu cliente fosse
para a Justiça comum, sob o argumento de que, não tendo prerrogativa de foro,
já que não exerce nenhum cargo público, este não tinha por que ser julgado pelo
Supremo.
Se o tribunal aceitasse a tese, estaria
abrindo mão, por exemplo, de julgar José Dirceu e José Genoino, hoje sem
mandato. O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, negou o
pedido de Bastos. Como alguns dos mensaleiros tinham e têm prerrogativa do
foro, o Supremo já havia decidido que todos seriam julgados pelo tribunal.
Ainda que os julgamentos sejam indivudalizados, o caso "mensalão" é um só.
O leitor pode se perguntar num primeiro
momento: "Mas a tal prerrogativa de foro não é um privilégio? Não é chamado de
'foro privilegiado' justamente por isso?" Esse é um daqueles casos em que a
linha reta não é o caminho mais curto para atingir um determinado objetivo… Se
o processo sai do Supremo, vai parar na primeira instância. Ainda que os autos
possam ser remetidos para o juiz em questão, na prátic, começaria tudo do zero,
com uma infinidade de recursos à disposição dos réus e de seus advogados.
Entre o risco - que existe - da condenação
no Supremo e a possibilidade de empurrar as coisas para as calendas, adivinhem
qual é a escolha dos defensores… Bastos advoga para o tal Salgado, mas Dirceu
seria o grande beneficiário da decisão.
Que havia ministro do Supremo rezando para
Joaquim Barbosa dizer "sim", ah, isso havia! Isso livraria alguns de ter de
opinar a respeito. Afinal, há ali quem se sente, de fato, pressionado tanto
pela cruz da moralidade pública como pela caldeirinha da fidelidade ao petismo…
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Um comentário:
Vamos conhecer quem, de fato, merece ser ministro do STF. Não posso crer que arriscarão sua reputação por causa dessa petralhada.
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