Por Augusto Nunes
Vários integrantes da CPI do Cachoeira pareceram à
beira de um ataque de nervos com a estratégia do silêncio adotada pelo pivô do
escândalo da vez. Por ter recorrido ao direito constitucional de permanecer
calado para não produzir provas que possam incriminá-lo, o delinquente Carlos
Augusto Ramos foi acusado de insultar o Congresso e debochar dos representantes
do povo. Como pode um chefe de quadrilha tratar parlamentares com tamanho
atrevimento?, ergueram a voz inquisidores coléricos.
Todos os parlamentares sabem que o cliente de Márcio
Thomaz Bastos emudeceu por ordem do advogado a seu lado. Carlinhos Cachoeira
fez exatamente o que fizeram na CPI dos Correios, também por determinação do
ministro da Justiça reduzido a chefe do serviço de socorro jurídico aos
mensaleiros, os depoentes Delúbio Soares, Marcos Valério, Sílvio Pereira e
outros protagonistas do escândalo descoberto em 2005. Mas ninguém ousou
perguntar ao doutor, na sessão desta tarde, até quando pretende afrontar os
brasileiros honestos com reedições do espetáculo da mudez malandra.
Como registrou o post agora republicado na seção Vale Reprise, o
anjo-da-guarda da bandidagem federal mostra a falta que faz um Sobral Pinto. Em
vez de cobranças, Márcio Thomaz Bastos foi contemplado por deputados e
senadores por um buquê de cumprimentos reverentes e elogios derramados.
Enquanto se cria uma comissão da verdade para apurar crimes do passado, o
presente é deformado por mentiras e trapaças patrocinadas por um ex-ministro da
Justiça que se especializou em impedir que se faça justiça.
Fonte: "Direto ao Ponto"
Um comentário:
Eu assisti ao Não depoimento de Cachoeira à CPMI e de fato, deu raiva de ver tanta safadeza. Márcio Thomas Bastos foi elogiado por todos, mesmo estando alí prá ensinar o bandido a se safar...e querem condenar Demóstenes! Que moral aquela gente terá prá condenar alguém a perder seu mandato, por falta de decôro?
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