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No Domingo de Páscoa

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sexta-feira, 6 de abril de 2012

"O Judas da Feira"

A ilustração de Gustave Dorê representa os traidores da Divina Comédia, obra literária de Dante Alighieri (Foto: Reprodução)

Por Jorge Magalhães
Sentimentos comuns e opostos enleiam a humanidade, quando das comemorações alusivas a Semana Santa, data das mais caras do cristianismo judaico, pela primeira vez celebrada em l682. Trata-se, como sabem, da saga vivida por Jesus, passando pela subida ao Monte das Oliveiras, a traição, o julgamento e condenação sumários, o martírio, a crucificação e a ressurreição.
Para os cristãos - praticantes ou não - a Semana Santa não se restringe às manifestações encomiásticas a Jesus, que ao correr dos séculos tem a sua Paixão e Fé revivificadas e ressignificadas, sempre mantendo acesa a mensagem redentora do amor ao próximo, da fraternidade entre os homens, entre os filhos que somos de Único, Indivisível e Incriado Pai.
Notem que enquanto a abstenção da carne às Sextas-Feiras Santas guarda o respeito dos cristãos ao dia em que a carne de Jesus foi vilmente castigada, seu corpo flagelado e o seu sangue derramado, este preceito traz consigo, paradoxalmente, o convidativo pecado capital da gula, aguçado santamente ao redor da mesa farta que reúne, numa grande ceia, cristãos e não-cristãos em redor do mundo.
Porém, de todos os aspectos filosoficamente humanos ou metafísicos que marcam a Semana Santa, a traição de Judas Iscariotes é o que causa mais repúdio a Humanidade, e, neste ponto, principalmente aos cristãos, que reservaram o Sábado de Páscoa para malhar o ingrato e infiel suicida que entregou Jesus Cristo aos soldados romanos em troca de míseras 30 moedas de prata.
Da mesma fonte pérfida que bebeu Judas, se contam muitos homens na história que se saciaram, que se saciam e, sabe-se Jesus, quantos mais não continuarão a saciar-se nela!
Aldrich Ames, espião da inteligência americana, a CIA, se vendeu por alguns milhões de dólares para a KGB, durante a Guerra Fria; Augusto Pinochet, escolhido por Salvador Allende para chefia do Exército Chileno, três semanas depois encabeçou o golpe que derrubou o presidente Allende e implantou uma ditadura que perdurou por 17 anos e produziu milhares de torturados e mortos, no Chile.
Silvério dos Reis, com a possibilidade de ter a sua dívida paga pela Coroa Portuguesa, traiu Tiradentes, o líder da Inconfidência, denunciando-o com os demais inconfidentes, a maioria seus amigos. Mesmo com tudo o que ele considerou vantagem para trair, vivia triste, deprimido e com medo: "Me vejo cercado de inimigos, sempre vivo em aflição e desconfiança", lamuriava-se.
Heinrich Himmler, o chefe da polícia nazista, ao ver que a guerra para ele estava perdida, traiu Hitler, tentou negociar a rendição da Alemanha com os Estados Unidos, não pensando nos alemães ou em seu país, mas pensando em si mesmo. Tudo o que queria em troca por entregar seus compatriotas, era sua liberdade. Mas tudo saiu errado: foi preso como criminoso de guerra. Na prisão, se suicidou.
François Noël Babeuf, o "Gracchus Babeuf", traiu, foi traído e assassinado. Escreveu o "Manifesto dos Iguais", considerado a primeira declaração político-socialista, e visto por Marx como "o primeiro ativista comunista". O precursor francês do socialismo utópico foi preso em 1796 e executado em maio de 1797, após atentar contra a própria vida.
Napoleão Bonaparte, notório estrategista de guerra entronizado imperador que comandou a França entre 1799 a junho de 1815, por uns era considerado herói, por outros vilão e por muitos o primeiro anti-cristo dos três previstos por Nostradamus. Bonaparte, ao assumir o poder usou entusiasmo e o idealismo revolucionário em favor de seus interesses pessoais, traindo a todos que nele confiavam.
Já Talleyrand-Périgor foi ministro das relações exteriores de Napoleão Bonaparte. Talleyrand traiu Napoleão ao mudar de lado depois de demonstrar ser grande amigo do imperador. Nesta época a França espalhava pela Europa os princípios da revolução, Talleyrand então traiçooeiramente organizou a destituição de Napoleão e a volta dos Bourbons para restaurar a monarquia. Seu intento lhe valeu o cargo de embaixador do sucessor de Napoleão, Luís XVIII.
Josef Stalin, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central Bolchevique, assumiu após a morte de Lenin e mandou matar todos os seus camaradas, bem como as pessoas que o ajudaram a tomar o poder, exterminando "ricos burgueses" que o ajudaram com dinheiro e seu poder de influência para implantar as idéias comunistas, em l917, à época da Revolução. Stalin também ordenou o extermínio sumário de pessoas simples e alheias à causa revolucionária, por ignorarem os reais objetivos do Partido Comunista, hoje sabidos por todos.
Acreditam alguns historiadores que o número de vítimas da revolução repressiva do comunismo estalinista talvez não ultrapasse os quatro milhões, outros acreditam que o número de vítimas seja bem maior, a exemplo do escritor russo Vadim Erliman.
E para não ficarmos tão distante assim da nossa realidade, o exemplo mais acabado entre nós - DADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES, QUE FIQUE BEM CLARO - dos que ainda bebem da fonte inesgotável de Judas Iscariotes, tem-se o prefeito Tarcízio Pimenta, que aos olhos do povo vai à galeria dos ex-prefeitos de Feira de Santana como "aquele que traiu quem o elegeu".
Eleito na carona dos altos índices de popularidade do seu antecessor, o ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho, a se ver elevado ao pináculo do poder Tarcízio não tardou a desfazer a farsa do "Terceiro Mandato", inventada pelo próprio, como garantias ao eleitorado de que daria seguimento aos governos de Ronaldo, o que se tem configurado grandíssima patranha, revertida num retumbante estelionato político-eleitoral.
Seguindo o manual dos traidores históricos, embora sem envergar a estatura intelectual nem o estofo político-ideológico de nenhum dos seus inspiradores, Tarcízio Pimenta, o "Judas da Feira", como o querem, orquestrou uma perseguição irascível à máquina do Poder Público, demitindo sempre de forma sumária funcionários considerados ronaldistas, a maioria formada de servidores pais e mães de famílias, sem nenhum peso ou influência política, que ali ralava duro por um salário mínimo.
"O coisa ruim" - no dizer do povaréu - traiu Ronaldo e interrompeu o fluxo de obras estruturantes que o ex vinha mantendo com regularidade no Município, assim como rompeu unilateralmente contratos pré-estabelecidos e inaugurou a ERA DO CALOTE na administração municipal, o que já é voz sonante entre prestadores de serviços, servidores terceirizados e fornecedores contratados pela Prefeitura.
E é de mistura com estes sentimentos comuns e opostos que a Semana Santa aflora nos nossos corações que as barracas de fogos da cidade, cujos proprietários são especialistas em aferir as nuances da vida política, que neste Sábado de Páscoa, Sua Alteza desponta, desde já, como sinônimo de bons negócios, ou seja, a principal estrela da Queima de Judas!
Fonte: "Etc & Tal News"

2 comentários:

Anônimo disse...

Tarcizio amanhã vai ser queimado em toda cidade, rsrsrsr...

Cidadão e eleitor de Feira, disse...

Caro: Jorge Magalhães,parabéns pela bela matéria. Fez uma volta ao mundo dos traidores e finalizou aqui, em Feira de Santana. É muito triste termos quem deveria ser o "nosso maior representante" a nossa maior decepção e vergonha. Com certeza, o coisa ruim é o nosso maior traidor. Uma das formas de demonstrarmos nossa indignação e revolta é homenagiá-lo como o Judas da Feira, e neste sábado de Pascoa queimá-lo em toda a cidade.