Dos 417 municípios baianos, 186 já decretaram estado de emergência. São mais de dois milhões de baianos sofrendo com a falta de chuva. A Bahia é estado brasileiro mais atingido pela seca, considerada a pior nos últimos 30 anos.
Os efeitos da estiagem e ausência de ações governamentais concretas para enfrentá-la foram destacadas pelo deputado estadual Carlos Geilson (PTN), em discurso na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, 17.
"Não podemos sintetizar o fenômeno ecológico 'seca' apenas à escassez de água. Existe água no sertão, mas as políticas públicas para distribuí-la são minguadas, bem como as dificuldades dos nordestinos de aproveitá-la", criticou o parlamentar. Como exemplo de intervenção governamental bem sucedida contra os efeitos da seca, Geilson citou Israel. O país está localizado em região semelhante a nordestina e conseguiu, em 10 anos, desenvolver a agricultura, através da utilização de culturas irrigáveis.
De acordo com o deputado, é necessário que o governo baiano invista em ações emergenciais de socorro às vítimas com alimentos e frentes de trabalho; sustentabilidade com base em políticas públicas permanentes e apropriadas; perfuração de poços; construção de barragens; tecnologias inovadoras de irrigação; modernização das propriedades rurais e linhas de crédito.
Parafraseando trechos de canções de Luiz Gonzaga e de obras de autores como Euclides da Cunha, Graciliano Ramos e João Guimarães Rosa, o deputado ressaltou ainda a resistência histórica do sertanejo aos efeitos da seca, sem poder contar com políticas públicas eficazes.
"A peleja do protagonista Fabiano e de sua família, em 'Vidas Secas', é o retrato da realidade do povo que sobrevive no sertão. Falta trabalho, moradia, alimento e água, enquanto sobram extrema pobreza, fome, sede, desnutrição e dificuldade de prosperar", pontuou.
(Com informações de Orisa Gomes, da Assessoria de Comunicação)
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