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terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Salto-mortal"

Por J. R. Guzzo
É muito difícil para qualquer governo, por mais esforço que faça, ter uma equipe de ministros tão horrorosa quanto a que foi escolhida pela presidente Dilma Rousseff. De onde saiu essa gente toda? O acaso, apenas, não é suficiente para explicar uma calamidade desse tamanho. É preciso fazer força, e muita, para chegar lá - afinal, a dificuldade para armar um ministério nota 10 é a mesma que se tem para armar um ministério nota zero, ou quase isso, como é o caso da turma que está aí. A comprovação de sua ruindade está no desempenho que vem tendo, conforme mostram os fatos. Em nove meses de mandato da presidente, cinco ministros foram para a rua, um sexto; o do Esporte, acabou de virar assombração ninguém, nem a própria presidente, é capaz de garantir quantos conseguirão completar seu primeiro aniversário no cargo. Se uma equipe dessas não está entre as piores de todos os tempos, o que seria preciso, então, para que estivesse?
Não houve azar nas escolhas: nessas coisas não existe azar. É de supor, também, que presidente não nomeou gente ruim de propósito, só pelo gosto de conviver com indivíduos de baixo nível em volta de si - ou que sua presença no governo faça parte de um plano secreto, cuja utilidade só é conhecida pela própria Dilma. Dizer que ela não sabia que estava escolhendo pessoas de alta periculosidade seria um disparate. É possível, até, ter ocorrido algum engano em relação a um ou dois nomes - mas seis? É pouco provável, enfim, que a presidente acreditasse que esse pessoal todo, depois de assumir o cargo. iria se arrepender da vida que levava até então e se transformar em cidadãos exemplares. A verdade é bem mais simples. O ministério de Dilma Rousseff é o resultado que ela colheu ao aceitar nomes impostos pelo seu antecessor, ceder às exigências da banda mais venenosa da política brasileira e deixar que continuasse funcionando, quase intacto, o processo de entrega da máquina pública aos interesses particulares de caciques da "base aliada" e do seu próprio partido. Não podia dar certo. Não deu.
Esse ministro do Esporte, por exemplo: não era preciso dispor de nenhuma informação exclusiva, ou contar com a ajuda dos serviços de espionagem oficiais, para saber que o homem, desde sua passagem pelo governo anterior, era uma bomba-relógio. O que aparecia sobre ele no noticiário comum já era suficiente para Dilma riscar seu nome de qualquer lista de possíveis ministros; imagine-se, então, o que não aparecia. Colocar o personagem sob a observação do mundo inteiro, com o papel que ele iria exercer na organização da Copa de 2014? Bom, aí já era arriscar um salto-mortal triplo. Mas a procissão foi em frente e hoje o ministro se tornou um caso clássico para os melhores manuais de mau governo que se podem encontrar na praça. Chega a ser monótono. Como a maioria dos colegas postos para fora nos últimos meses, ele vive a mesma história de empresas-laranja, ONGs flagradas em desvio de verbas, dinheiro público entregue para a prestação de serviços jamais executados e daí por diante. Há, como em outros episódios, negócios imobiliários difíceis de entender e mais difíceis ainda de explicar. Repete-se com ele a desgraça que é a privatização do estado brasileiro - no caso, o Ministério do Esporte, terceirizado em benefício do PCdoB, o seu partido, e utilizado como propriedade pessoal dos amigos, aliados e vizinhança. São parecidas com as outras histórias de demissão até mesmo as declarações de "confiança" que recebe por parte de companheiros de governo, os incentivos para que responda "à altura", o tiroteio contra os autores das denúncias etc. De novo, é mais do mesmo.
Na primeira baixa sofrida pelo atual governo, a do ministro Antonio Palocci, os brasileiros tiveram direito a um espetáculo de arrogância capaz de fazer inveja a seu predecessor. Levantou-se todo um coro oficial para classificar as acusações como absurdas. O caso não deveria merecer, segundo nossas mais altas autoridades, sequer um minuto de atenção. "Isso não tem como prosperar", garantiu a própria Dilma Rousseff. "É político." Foi dito que era tudo invenção da imprensa; ela teria decidido "derrubar pelo menos um ministro" antes de se completarem seis meses de governo, e faria tudo para conseguir isso. Pois é. O tempo passa, o mundo gira e já estamos a caminho da sexta demissão. A imprensa não demitiu, nem nomeou, ninguém. A única assinatura que aparece, nos dois casos, é a da presidente da República.
Fonte: Revista "Veja", edição desta semana

2 comentários:

Mariana disse...

Resumindo, VIVA LONGA prá imprensa!
Não fôssem êsses nossos maiores aliados, nenhum crápula dentre os ministros e secretários da era petralha teria ganho um pé no trazeiro.

Cristiane disse...

...enfim,enquanto perdurar essa lástima de indicação política,no Brasil,os bandidos e oportunistas dominarão.É o cumprimento do vs bíblico:"Quando reina um incompetente,ninguém suporta".