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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"Pouca atitude, muita platitude"

Por Demóstenes Torres

Gisele Bündchen saúda visitantes e moradores em qualquer via de Nova York. Entre o hotel e a sede da ONU, a beleza defenestrada pela ministra Iriny Lopes ilumina dezenas de imensos cartazes.
Nas discussões da Assembleia Geral foram exibidos dados assustadores de outros países, com os quais tivemos que nos conformar à míngua de divulgação internacional de que 47% das mulheres brasileiras confessam já ter sido agredidas fisicamente dentro de casa, segundo pesquisa Ipsos publicada em O Globo.
Mais de 80% das mulheres de Serra Leoa são submetidas a mutilação genital. No Quênia, as meninas têm de se casar com quem aparente ter condições de alimentá-las. Em Zâmbia, os pais torcem para as filhas se casarem logo, para evitar que sejam vítimas de violência sexual.
Nas nações em guerra, elas vivem os horrores dos estupros, inclusive em massa. Um item permeia esses e outros casos ao redor do mundo, a impunidade. Por isso, os estados pleiteiam criar marcos jurídicos, como a brasileira Lei Maria da Penha, para uma resposta legal aos valentões.
Além das agressões físicas, o sofrimento se espalha nas relações de trabalho - aliás, Belarus informa que mais de 54% das mulheres já estão integradas no mercado e ganham como os homens.
Além das discriminações corriqueiras, mas não menos absurdas, das familiares à representação política pífia. Por isso, o Camboja quer chegar ao nível, veja só!, do Sudão, que anunciou mais de 25% de congressistas femininas - no Brasil, apenas 8,7% de deputadas na Câmara e temos somente dez colegas senadoras.
Um problema brasileiro é que as platitudes tomaram conta dos discursos até quando há fartura de dados para rechear o assunto. Silvia Pimentel, presidente da convenção para eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (Cedaw), não caiu no extremo politicamente correto da ministra Iriny. Também, não mostrou os números assombrosos da violência de gênero que lota as delegacias. Preferiu valorizar o fato de a presidente Dilma Rousseff ser a primeira mulher a abrir a Assembleia Geral.
A Palestina, uma autoridade em platitudes como o Brasil, transportou a luta por território para o terreno do gênero e acusou Israel de ser o algoz das mulheres do outro lado da fronteira.
Os EUA, com atitudes mais realistas, pretendem regularizar a situação das imigrantes que trabalham clandestinamente, vindas de todos os lugares do planeta.
Buscam-se soluções igualmente para o envolvimento da mulher com o tráfico de drogas. É o mesmo rito masculino: começa usando, passa a vender e acaba morta ou presa. E, como lembrou o senador Pedro Taques, que também integra a missão de observadores do Congresso na ONU, tanto debate sério a ser travado em favor da mulher e a ministra Iriny preocupada com Gisele Bündchen posar de calcinha e sutiã.
Em Nova York, como em qualquer lugar do mundo, Gisele é quem está com todo o cartaz.
* Demóstenes Torres é procurador de Justiça e Senador (DEM/GO), escreve de Nova York onde participa, como observador parlamentar pelo Senado Federal, dos trabalhos da 66ª Assembleia-Geral das Nações Unidas

Um comentário:

Mariana disse...

Concordo com o senador Demóstenes, com certeza, até porque, duvido que os olhares sejam lá de quem fôr, na foto de Gisele, não verão nenhuma espécie de símbolo sexual, mas a plástica dessa criatura tão bonita por fora, quanto de sua beleza interior. É família, é decente e super humana(caridosa com os pobres). Nunca soube nada de promíscuo em suas atitudes pela vida afora, profissional ou privada. Claro que a foto em questão, se feita com uma dessas mulheres fruta, por exemplo,...mas os assuntos sérios, que realmente merecem a atenção das petistas, dão muito trabalho e esquentação de cabeça, portanto, melhor crucificarem Gisele.