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No Domingo de Páscoa

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Partidos políticos: Para dentro do Parlamento e para fora"

Por César Maia
1. Numa reunião com a direção do DEM, Aznar, ex-presidente de governo da Espanha, lembrava que os partidos políticos atuam em duas frentes. Uma para dentro do parlamento, legislando e debatendo a legislação que tramita. Ele afirma que em grande medida são formalidades. E, ocasionalmente, algo que pode interessar as pessoas ou algo substantivo. Como a imprensa cobre a rotina parlamentar e governo x oposição, conseguir espaços por isso, atrai os parlamentares.
2. Mas lembra Aznar: só será fixado pela opinião pública o que for de seu interesse direto, que afetar -positiva ou negativamente- seu dia a dia. Dessa forma - conclui - a ação dos partidos e dos parlamentares para fora do parlamento é o que importa como imagem, na busca de apoio, aprovação e..., votos. Daí a importância -mais que proporcional- dos partidos e parlamentares que trabalham bem suas relações para fora.
3. Os partidos políticos brasileiros podem ser avaliados por sua capacidade de produzir ou obstruir leis - para dentro - e sua capacidade de mobilizar opinião pública. Por muitos anos, o PT tinha capacidade mínima ou quase nula de produzir ou obstruir leis. Mas tinha uma capacidade desproporcionalmente maior de mobilizar opinião, de produzir fatos para fora. Por isso, insistiu sempre em traduzir essa maior capacidade para fora, nas eleições presidenciais. A impossibilidade de vitória presidencial transformou suas campanhas em campanhas de imagem do partido, com direito a imagens de efeito, jingles mobilizadores, artistas, personagens. Perdia o poder e ganhava opinião e fixava a sua marca.
4. O PMDB, em 1986, venceu as eleições em 23 dos 24 estados existentes, elegeu 52% dos parlamentares, teve a presidência das duas casas e da constituinte. Todo o poder..., para dentro. Mas não soube gerir suas relações para fora. Em 1989, seu resultado - apesar da expressão nacional de Ulysses - foi pífio. E, com isso, construiu uma força política decisiva para dentro e pouco importante para fora. Numa sociedade de imagem, não construiu personagens e menos ainda, fixou marca, ideias, junto à opinião pública. Está sempre a reboque..., para fora.
5. Os partidos que se preocupam em fazer bancadas e não em fazer imagem, são fortes para dentro, campeões do baixo clero - e inexistem para fora. É o caso agora do recém-criado PSD. Garimpou deputados do baixo clero e se destacará na base aliada ao governo..., para dentro. Mas inexistirá para fora. Sua opção "a - política, a - ideológica" será a garantia de não ter marca, ideias. As ideias ficaram com o PFL/DEM que, com isso, mantém a sua marca.
6. Avaliando as principais bancadas eleitas em 2010, pode-se dizer que, em nível nacional, a força do PT é expressiva para dentro, por ter o executivo e, para fora, por ter marca, imagem. Por isso quer o voto em lista. O PMDB é forte para dentro e fraco para fora. O PSDB é fraco para dentro e muito forte para fora, com seus personagens. Mas a marca que tinha, vem sendo desbotada pelos governos do PT. Neste momento, tem personagens e não tem marca. E abriu debate interno em busca de ter ou resgatar essa imagem.
7. O DEM é fraco para dentro, e mais ainda com as perdas que sofreu, mas sua marca e ideias não foram atingidas com as perdas. O alto clero permaneceu no partido. Com isso, permaneceu com a mesma força que tinha para fora. E terá que olhar para 2012 e 2014 de fora para dentro de maneira a reconstruir suas bancadas e não como era, tradicional, de dentro para fora, com as máquinas que controlava. E vai precisar criar personagens. E 2014 servirá para tudo isso.
Fonte: Ex-Blog do César Maia"

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