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No Domingo de Páscoa

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Salvador não salva ninguém - Crescimento da violência na Ba‏hia

Por Ícaro Argolo
É de conhecimento nacional o crescimento dos índices que medem as violências na Bahia. Já no primeiro mandato do governo Jaques Wagner os homicídios cresceram em 50%, número que ultrapassa em cinco vezes o estabelecido pela ONU para "grandes" cidades. Modalidades como: explosão de caixa eletrônico e mega assaltos a agências bancárias assombram as pequenas cidades do estado, incluindo os agentes diretos da segurança pública local.
Só na Região Metropolitana de Salvador, nos últimos 10 dias foram notificados 40 homicídios, média que supera de longe os dias de maior conflito na Cidad Juárez (México) – tida como uma das cidades mais violentas do mundo, e se aproxima dos 59 homicídios/dia verificados na guerra declarada no Iraque. Problema maior esta refletido na solução dos inquéritos, neste ponto, a Bahia apresenta segundo dados do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) mais de 15 mil homicídios sem a devida solução.
Sem conseguir responder a estas questões, a cúpula de segurança pública do estado, lança a estratégia de vincular o que chama de "pacto pela vida" com a repaginação das unidades de policiamento comunitário, que já existiam sem apresentar nenhum avanço concreto com o nome de Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), transformando-as em tese, pois não passou de um evento específico na comunidade do Alto das Pombas em Salvador (cerca de 30 mil habitantes), em unidades de polícia pacificadora como no exemplo do governo do Rio de Janeiro - acusado de ditador, não surte efeito. As taxas, mesmo nas regiões foco do plano que busca reduzir a violência a uma política antidrogas se mantém altas.
O Pacto pela vida, que a tempo vem sendo festejado pelo governador, não apresenta efetivamente uma linha de planejamento estratégico capaz de transversalizar outras dimensões geradoras de violência e conduzir a um avanço mais objetivo no que se espera de segurança pública. A apresentação deste pacto limitou-se a pontuar "a droga" como única vilã social merecedora de atenção por supostamente representar à maior concentração de resistência a pacificação urbana. Como proposta estrutural o pacto se propõe limitadamente a "dialogar" mais próximo à população e construir mais presídios.
É fato, esta medida (política) não responderá ao desejo mais popular de paz, prova disso foi a organização da comunidade de Cosme de Farias (com cerca de 90 mil moradores e é atendida pela 58ª CIPM que possui 25 policiais e acompanha uma região com outros bairros que somam 150 mil moradores) que ganhou às principais ruas da capital protestando e demonstrando insatisfação com a falta de política pública efetiva para a situação já fora do controle, representada pelo homicídio do trabalhador rodoviário morador da comunidade.
Como forma de tentar minimizar os impactos de sua má gestão o governador, tido como democrático e republicano, que proibiu o centel (centro de operações da PM/BA) divulgar informações e estatísticas, aprofundou o cerceamento da liberdade de imprensa publicando a Portaria nº 291, que impede o acesso da mídia (em todas as suas formas) nas áreas onde existirem homicídios.
E assim, a Bahia de Jorge Amado, que sempre foi noticiada como pólo turístico e gerador de renda por este viés tem sua tradição pacifista destruída pela ineficiência do governador Wagner, que por sua vez caminha na construção de sua própria cova contrariando os índices crescentes de violência, inviabilizando o trabalho legítimo do jornalismo exatamente como nos tempos do malvadeza e oficializando a falta de política de segurança pública de seu governo.
* Ícaro Argolo é advogado e especializando em Gestão Pública

Um comentário:

Mariana disse...

Por mais que êsse governador tente maquiar as estatísticas e dados concretos dessa violência, não poderá dizer que a população baiana finge estar sendo aterrorizada por tantos bandidos...era só o que faltava! E não tem UPP que dê jeito, se os policiais não estiverem bem aparelhados e treinados. Enquanto isto, a terra de Jorge Amado vai ficando ainda mais longe de ser o destino de muitos turistas.