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No Domingo de Páscoa

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sábado, 18 de junho de 2011

A crise aeroportuária tem solução

Por Jorge Jambeiro
A proposta de José Serra (PSDB) para estabelecer o regime de concessão de aeroportos no Brasil, que constou no seu programa de governo e que foi duramente atacada pelo ex-presidente Lula e sua candidata durante a campanha presidencial, parece que agora foi a solução encontrada pela presidente Dilma Rousseff para equacionar os graves problemas de gestão sobre as atividades aeroportuárias a cargo da Infraero, que, de há muito, demonstra notória incapacidade para superar os gargalos diante da crescente demanda nos terminais.
A decisão que o governo do PT anunciou agora é no mínimo uma dura ironia. A presidente que demonizava as privatizações decidiu conceder à iniciativa privada a execução de obras e a exploração de três dos maiores aeroportos internacionais do país: o JK em Brasília e os de Guarulhos e Viracopos em São Paulo. Já estão também na fila do leilão os aeroportos do Galeão no Rio de Janeiro e Confins em Belo Horizonte. E mais ainda, as informações dão conta da abertura do capital da Infraero (estatal responsável pela administração do setor aeroportuário) para aumentar a capacidade de investimento no setor, e da criação de uma secretaria ligada à Presidência da República para cuidar exclusivamente da aviação civil, preservando o controle aéreo, a segurança do país e a garantia do respeito ao cidadão.
Tudo igualzinho ao que pretendia o candidato José Serra.
Entretanto, temos é que elogiar a inicativa da presidente e rezar para que a medida se estenda pelos demais aeroportos do país. O setor de aviação realmente carece de regulação, de requisitos rigorosos de segurança, fiscalização e treinamento da mão-de-obra, para assegurar aos usuários uma melhor qualidade e regularidade dos serviços. Diga-se de passagem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nunca exerceu o seu papel de agência reguladora e fiscalizadora, talvez pela falta de um comando e de um corpo-técnico profissional competente.
Qualquer um que viaja de avião percebe claramente o despreparo das empresas aéreas e a saturação cada vez maior dos aeroportos, levando os brasileiros, muitas vezes a situações vexatórias. De acordo com os estudos divulgados pelo Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas (Ipea), de Brasília, dos 20 maiores aeroportos brasileiros, 17 operam hoje acima da capacidade. Com o maior acesso das classes C e D aos serviços aéreos, haverá um aumento de aproximadamente 35% na procura por vôos domésticos ainda em 2011. Para a Copa de 2014 estima-se que esse volume cresça quase 200%. Até o final do ano passado apenas 5,47% dos recursos orçamentários para investimentos em aeroportos tinham sido contratados e somente 2,15% foram executados. Enquanto isso, entre 2003 e 2010, o movimento saltou de 71 milhões de passageiros por ano para 154 milhões, um crescimento de 117% em oito anos. Portanto, o risco de uma nova crise aérea não pode estar afastada. Não resta dúvida, entretanto, de que essas novas ações do governo podem significar melhorias na gestão aeroportuária brasileira. O que não podemos concordar, no entanto, é com a inversão de prioridades. Com tantas carências em transporte público, por exemplo, o governo passa por cima de tudo e sinaliza para a construção de um "trem bala" entre São Paulo e Rio de Janeiro ao custo de R$ 34 bilhões (custo que pode dobrar até o final da obra), quando poderiam ser melhorados os sistemas ferroviário, as estradas, os metrôs (muitos também já saturados) e dar oportunidade aos estados para a implantação e ampliação dos seus sistemas de transporte de massa. Esperamos que os bons fluidos do PSDB recaiam novamente sobre o PT para que possa enxergar a pouca utilidade desse trem bala no momento e jogar essa idéia para frente. Na nossa concepção os recursos poderiam ser melhor destinados e esse "trem bala" ficar para depois.
Agora, é preciso urgência na execução das medidas anunciadas. O Brasil, finalmente, no caso dos aeroportos brasileiros, encontrou o seu caminho. Quando se copia para melhor, os brasileiros agradecem.
* Jorge Jambeiro (PSDB) é vereador e presidente da Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais da Câmara Municipal de Salvador

Um comentário:

Mariana disse...

O que falta aos petralhas, é humildade prá assumir algo bom a ser copiado e admitir o que copiaram e que deu certo. Competência, capacidade, não são seus maiores atributos.