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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"A farra imoral dos parlamentares"

Por Ruth de Aquino
Cara presidenta, a senhora, que lutou contra a ditadura militar, fará exatamente o que para proteger a democracia dos abutres que se apropriam do dinheiro do povo para enriquecer e ir a motéis? Um deles é seu ministro do Turismo. Devemos rebatizar a pasta para "Turismo Sexual"? Ou moralizar logo? Não deixe que o amigo de Sarney, o deputado federal maranhense Pedro Novais, de 80 anos, a coloque em maus lençóis na aurora de um novo governo.
Dilma defende o rigor fiscal. Mas onde anda o exemplo de austeridade? Se o salário mínimo só pode aumentar R$ 30, sob pena de quebrar o Orçamento, por que os parlamentares podem ter aumento de 61,8% e passar a ganhar R$ 26.500? Não dá para arrochar somente o trabalhador, o aposentado e a classe média.
Está tudo errado. Os congressistas, por lei, podem votar em seu próprio benefício. Não deveriam, já que recebem um subsídio pago por nós, eleitores e contribuintes, e não um salário. Homens públicos teriam de fazer por merecer, com produtividade e competência. Os parlamentares recebem 15 subsídios anuais, desfrutam quase dois meses de recessos por ano, comparecem ao plenário dois ou três dias na semana e podem aposentar-se com oito anos de mandato, com vencimentos iguais aos da ativa.
Pedro Novais já exerceu cinco mandatos como deputado federal pelo Maranhão - mas vive no Rio de Janeiro. Sua contribuição foi um projeto irrelevante em média por ano! E, agora, assume o Turismo com orçamento de mais de R$ 4 bilhões para Copa e Olimpíadas. É protagonista de um escândalo: teria passado uma noite com 15 casais na suíte Bahamas do Motel Caribe em São Luís. Não pagou a conta de R$ 2.156. Enfiou a mão no meu bolso, no seu bolso. Porque a nota fiscal, apresentada por seu gabinete, foi ressarcida pela Câmara.
Casado há 35 anos, Novais reagiu "indignado como parlamentar, cidadão e marido" contra a "acusação leviana". Estaria com a mulher em casa nesse dia. Culpou os assessores pelo "erro". E no fim prometeu devolver a verba. O orçamento do Turismo permitirá a Novais conhecer as instalações de todos os motéis no Brasil. O novo ministro de Relações Institucionais, o deputado Luís Sérgio, do PT do Rio de Janeiro, saiu em seu socorro: "O fato de alguém dormir num motel nem sempre significa que está fazendo amor". Verdade. Digamos que Novais não tenha mais idade para orgias. Mas a falha foi dele. Não é só o sexo que está em jogo.
Revoltante é que, mesmo com um subsídio polpudo, os congressistas disponham de verba de até R$ 35 mil mensais para passagens, diárias, alimentação, moradia, viagens e contratações, muitas de parentes.
A nova ministra da Pesca, Ideli Salvatti, do PT de Santa Catarina, gastou mais de R$ 4 mil em verba do Senado para pagar diárias de um hotel em Brasília enquanto recebia auxílio-moradia. É uma atitude ilegal. Por muito menos, qualquer profissional na iniciativa privada seria demitido. O que disse Ideli? Foi "erro dos assessores", e ela vai devolver o dinheiro. Dá vontade de mandar Ideli ir pescar em alto-mar.
Quando flagrados no malfeito, eles colocam um "ponto final" devolvendo o dinheiro. Ninguém é punido
É assim no Brasil. Os assessores de deputados e senadores são uns incompetentes. Apresentam notas de gastos pessoais de seus chefes para que eu e você paguemos. Os congressistas não sabem de nada. Quando flagrados no malfeito, resolvem colocar um "ponto final" devolvendo o dinheiro. Ninguém é punido.
O que fizeram os brasileiros? Pouco. Estudantes ocuparam o gramado do Congresso, com as caras pintadas, e levaram uns golpes de cassetete e spray de pimenta dos policiais. Onde já se viu, numa democracia, protestar pacificamente?
Dilma não foi torturada numa cela para conviver com abusos de congressistas e ministros. Desvios terão de ser punidos exemplarmente. Privilégios precisarão ser cortados. Hoje, os políticos formam uma casta superior, intocável e alheia à opinião pública, como se vivêssemos num regime totalitário. Leia as cartas nos jornais, presidenta. Seus eleitores chamaram o reajuste dos parlamentares de "assalto aviltante" e "vergonha nacional". Eles não são o quarto poder. São o primeiro poder. Porque a democracia emana do povo.
Ruth de Aquino é diretora da sucursal da revista "Época" no Rio de Janeiro

Um comentário:

Mariana disse...

O problema é que a muito tempo já não respeitam o povo e seu suor, entregue prá essa corja. São poucos os que trabalham algum dia da semana, porque a maioria, só foi eleita prá mamar nas tetas do povo, mesmo.Prá que suplentes em época de recesso? Êsses então, é que nem lá deverão ir.