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terça-feira, 11 de maio de 2010

"Proposta desavergonhada"

É. Vocês leram direito. Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, quer antecipar o recesso do Congresso para 10 de junho. O Parlamento voltaria a funcionar “normalmente” só depois das eleições de outubro - o segundo turno acontece só no dia 31. Como já se terá o nome do novo presidente e já se saberá também a composição do novo Congresso - e a menos de dois meses do fim do ano e da legislatura —, não se vai votar mais nada de importante mesmo. Assim, temos que, na prática, o deputado petista está defendendo que o Congresso, neste ano, encerre as suas atividades no começo de junho, com sete meses de férias.
Calma, leitores! Muitos de vocês podem estar perguntando e considerando: “Pô, Reinaldo, Congresso pra quê? Melhor esses caras torcendo para a Seleção, dançando quadrilha - em alguns casos, formando quadrilha - e fazendo campanha do que criando despesas novas.” Entendo a eventual contraposição, mas é preciso dizer: trata-se de uma das propostas mais ridículas dos últimos tempos feitas no Parlamento brasileiro. É um acinte e uma ofensa ao Brasil que trabalha. Caso seja aprovada, em solidariedade aos parlamentares, deveríamos todos reivindicar férias de seis meses…
O que é o “recesso”? É o período em que os parlamentares não vão a Brasília em datas determinadas para votar pautas urgentes. Neste ano, o recesso se daria entre 18 e 31 de julho. Oficialmente, deputados e senadores usam esse tempo para visitar as suas bases. Vaccareza vai propor a antecipação para o dia 10 de junho, véspera do início da Copa do Mundo. Até lá, seria preciso votar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), sete medidas provisórias, a implantação de banda larga nas escolas e a adesão do Brasil ao Tratado Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas.
Há a Copa do Mundo, as festas juninas e depois as eleições. O Congresso funcionaria na base do esforço concentrado, votando pautas predeterminadas e acabou! Um dos Poderes da República, justamente o Legislativo, praticamente desaparece. Marx disse no 18 Brumário que Luís Bonaparte estava convicto de que havia forças superiores a que os homens, especialmente os soldados, não podiam resistir: “os charutos, o champanhe, as fatias de peru e as salsichas feitas com alho”. Vaccarezza certamente está convicto de que a força superior que tiraniza os parlamentares é a gazeta. Somada à Copa do Mundo, às festas juninas e às eleições, eles serão levados a indagar: “Legislativo pra quê?”
Será que estamos apenas diante de um líder que gosta de sombra, campanha e água fresca? Não é isso, não! A base governista está assanhada e desarticulada e desandou a conceder bondades às custas do Tesouro. O reajuste dos aposentados e a aprovação do fim do fator previdenciário na Câmara serviram de alerta. Há mais coisas por aí a que parlamentares, com efeito, não resistem em ano eleitoral: o “povo” é que é a verdadeira “salsicha com alho” de um congressista, a sua verdadeira “força superior”. Se falta comando no Legislativo, vira mesmo a festa da uva.
E os líderes do governo e do PT no Congresso têm sido de uma espantosa mediocridade - e Vaccarezza ilustra isso à perfeição. Como o Planalto não consegue segurar a sua base e temeroso de novas maluquices, então propõe o quê? Não exatamente a ampliação do “recesso branco”, mas um verdadeiro “fechamento branco” do Legislativo.
Bem, tenho de dizer, não é? Nunca antes na história destepaiz!!! Não na história democrática ao menos. Antigamente, só as ditaduras punham o cadeado no Congresso.
Pedala, Robinho!, que o Vagareza quer sombra e água fresca!

Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

Um comentário:

Mariana disse...

Cadê a oposição que, pelo que eu saiba, não se pronunciou a respeito, ainda?
Já pensou, Dimas, que copa do mundo e proposta petista oportunas? Justo quando a oposição pode ir à tribuna prá falar das bobagens petistas em campanha, do desespêro de Lula e sua criatura, aparece esta forma bastante cômoda de calar os microfones da camara e do senado, não?
Mas como agora somos um país de primeiro mundo, sem problemas, sem nada a ser discutido e votado, vamos fechar o congresso e encher a cara, jogando a culpa no "patriotismo" e na ansiedade por ver o Brasil vencer.