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terça-feira, 25 de maio de 2010

PDT e PT

Por Sérgio Oliveira

É de indignar este servilismo do PDT em relação ao PT, pelo fato de ter um Ministério no Governo Federal. O trabalhismo sempre foi, digamos, insultado, menosprezado, pelos petistas.
Lula, em 21 de setembro de 1977, numa entrevista à revista "IstoÉ: "Não temos compromisso com ninguém, com esquerda, direita ou centro. Só com a classe trabalhadora. No passado, a classe trabalhadora foi usada pelo Partido Trabalhista Brasileiro, e farei de tudo para evitar que seja novamente usada".
Depois, na Carta de Princípios (princípios ?) do PT, de 1º de maio de 1979, temos os seguintes parágrafos, onde detonam o trabalhismo:
"Cientes disso também é que setores das classes dominantes se apressam a sair a campo com suas propostas de PTB. Mas essas propostas demagógicas já não conseguem iludir os trabalhadores, que, nem de longe, se sensibilizaram com elas. Esse fato comprova que os trabalhadores brasileiros estão cansados das velhas fórmulas políticas elaboradas para eles".
"Agora, chegou a vez de o trabalhador formular e construir ele próprio seu país e seu futuro".
"Nós, dirigentes sindicais, não pretendemos ser donos do PT, mesmo porque acreditamos sinceramente existir, entre os trabalhadores, militantes de base mais capacitados e devotados, a quem caberá a tarefa de construir e liderar nosso partido. Estamos apenas procurando usar nossa autoridade moral e política para tentar abrir um caminho próprio para o conjunto dos trabalhadores. Temos a consciência de que, nesse papel, neste momento, somos insubstituíveis, e somente em vista disso é que nós reivindicamos o papel de lançadores do PT".
"As tentativas de reviver o velho PTB de Vargas, ainda que, hoje, sejam anunciadas 'sem erros do passado' ou de baixo para cima", não passam de propostas de arregimentação dos trabalhadores para defesa de interesses de setores do empresariado nacional. Se o empresariado nacional quer construir seu próprio partido político, apelando para sua própria clientela, nada temos a opor, porém denunciamos suas tentativas de iludir os trabalhadores brasileiros com seus rótulos e apelos demagógicos e de querer transformá-los em massa de manobra para seus objetivos".
Na época Brizola ainda tentava formar o PTB, pois não tinha perdido a sigla ainda.
Tem mais:
O ex-deputado Sinval Boaventura, em entrevista ao jornal "Opção", ante a pergunta "É verdadeira a história de uma reunião na casa do então deputado Simões da Cunha, na qual a deputada Ivete Vargas (PTB) teria contado que saíra de um encontro com o general Golbery e este revelou que ia projetar o sindicalista Lula para ser o anti-Brizola?", respondeu: "A Ivete Vargas disse que tinha estado com o ministro Golbery, na chácara dele, e que ele dissera que precisava trazer o Brizola para o Brasil porque ele estava se tornando um mito muito forte fora do país. Que era melhor ele voltar e disputar eleição, porque assim perderia o prestígio político. Fui ao Golbery e ele confirmou a conversa com Ivete. Explicou que sua estratégia era estimular a imprensa para projetar o Luiz Inácio da Silva, o Lula, um grande líder metalúrgico de São Paulo como uma liderança inteligente e expressiva, para ser preparado como o anti-Brizola. Sou testemunha dessa tese do general Golbery".
O marido de Ivete Vargas, Paulo Martins, trabalhava com Golbery, conforme abaixo: "O ex-deputado Helio Duque, num artigo intitulado "Um Testemunho", a determinada altura escreveu: "Leonel Brizola preparou-se para reorganizar o PTB, mas foi vitimado por Golbery que, autoritariamente, entregou, via Justiça Eleitoral, a sigla à deputada Ivete Vargas, cujo marido, Paulo Martins, trabalhava para o "bruxo". Diante do golpe, Brizola cria o PDT".
Ainda mais:
Extraído do livro "Jogo Duro", de Mario Garnero
"Eu me vi obrigado, no final do ano passado, a enviar um bilhetinho pessoal a um velho conhecido, dos tempos das jornadas sindicais do ABC...
... Sentei e escrevi: Lula.... achei que tinha suficiente intimidade para chamá-lo assim, embora, no envelope, dirigido ao Congresso Nacional, em Brasília, eu tenha endereçado, solenemente: A Sua Excelência, Luiz Ignácio Lula da Silva, Espero que o portador o tenha reconhecido por trás daquelas barbas.
No bilhete, tentei recordar ao constituinte mais votado de São Paulo duas ou três coisas do passado, que dizem respeito ao mais ativo líder metalúrgico de São Bernardo: ele próprio, o Lula. Não sei como o nobre parlamentar, investido de novas preocupações, anda de memória. Não custa, portanto, lembrar-lhe. É uma preocupação justificável, pois o grande líder da esquerda brasileira costuma se esquecer, por exemplo, de que esteve recebendo lições de sindicalismo da Johns Hopkins University, nos Estados Unidos, ali por 1972, 1973, como vim a saber lá, um dia. Na universidade americana, até hoje, todos se lembram de um certo Lula com enorme carinho".
"Além dos fatos que passarei a narrar, sinto-me no direito de externar minha estranheza quanto à facilidade com que se procedeu a ascensão irresistível de Lula, nos anos 70, época em que outros adversários do governo, às vezes muito mais inofensivos, foram tratados com impiedade. Lula, não "foi em frente, progrediu. Longe de mim querer acusá-lo de ser o cabo Anselmo do ABC, mesmo porque, ao contrário do que ocorre com o próprio Lula, eu só acuso com as devidas provas. Só me reservo o direito de achar estranho.
Lembro-me do primeiro Lula, lá por 1976, sendo apresentado por seu patrão, Paulo Villares, ao Werner Jessen, da Mercedes-Benz, e, de repente, eis que aparece o tal Lula à frente da primeira greve que houve na indústria automobilística durante o regime militar, ele que até então era apenas o amigo do Paulo Villares, seu patrão. Recordo-me de a imprensa cobrir o Lula de elogio, estimulando-o, no momento em que a distensão apenas começava, e de um episódio que é capaz de deixar qualquer um, mesmo os desatentos, com o pé atrás.
Foi em 1978, início do mês de maio. Os metalúrgicos tinham cruzado os braços, a indústria automobilística estava parada e nós, em Brasília, em nome da Anfavea, conversando com o governo sobre o que fazer. Era manhã de domingo e estive com o ministro Mário Henrique Simonsen. Ele estivera com o presidente Geisel, que recomendou moderação: tentar negociar com os grevistas, sem alarido. Imagine: era um passo que nenhum governo militar jamais dera, o da negociação com operários em greve. Geisel devia ter alguma coisa a mais na cabeça. Ele e, tenho certeza, o ministro Golbery.
Simonsen apenas comentou, de passagem, que Geisel tinha recomendado que Lula não falasse naquela noite na televisão, como estava programado. Ele era o convidado do programa "Vox Popoli", que ia ao ar na TV Cultura - o canal semi-oficial do Governo de São Paulo. Seria uma situação melindrosa. "Nem ele, nem ninguém mais que fale em greve", ordenou Geisel.
Saí de Brasília naquela manhã mesmo, reconfortado pela notícia de que ao governo interessava negociar. Desci no Rio com as malas e me preparei para embarcar naquela noite para uma longa viagem de negócios que começava nos Estados Unidos e terminava no Japão. Saí de Brasília também com a informação de que Lula não ia ar naquela noite.
Mas foi, e, no auge da conflagração grevista, disse o que queria dizer, numa televisão sustentada pelo governo estadual. Fiquei sabendo da surpreendente reviravolta da história num telefonema que dei dos Estados Unidos, no seguinte. Senti, ali, o dedo do general Golbery. Mais tarde, tive condições de reconstituir melhor o episódio e apurei que Lula só foi ao ar naquele domingo porque no vai-não-vai que precedeu o programa, até uma hora e meia antes do horário, prevaleceu a opinião do Golbery, que achava importante, por alguma razão, que Lula aparecesse no vídeo. O general Dilermando Monteiro, comandante do II Exército, aceitou a argumentação, e o governador Paulo Egydio Martins, instrumentado pelo Planalto, deu o nihil obstat final ao "Vox Popoli".
Lula foi a peça sindical na estratégia de distensão tramada pelo Golbery - o que não sei dizer é se Lula sabia ou não sabia que estava desempenhando esse papel. Só isso pode explicar que, naquele mesmo ano, o governo Geisel tenha cassado o deputado Alencar Furtado, que falou uma ou outra besteira, e uns políticos inofensivos de Santos, e tenha poupado o Lula, que levantava a massa em São Bernardo. É provável que, no ABC, o governo quisesse experimentar, de fato, a distensão. Lula fez a sua parte.
Mais tarde, ele chegou a ser preso, julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enfrentou ameaça de helicópteros do Exército voando rasantes sobre o Estádio de Vila Euclides, mas tenho um outro testemunho pessoal que demonstra tratamento respeitoso, eu diria quase especial, conferido pelo governo Geisel ao Lula "por governo Geisel eu entendo, particularmente, o general Golbery".
(Extraído do livro "Jogo Duro", de Mario Garnero)
Hoje anda livremente pelo gabinete do Presidente Lula
www.midiaindependente.org/
Cicerone na alta roda
Quase 20 anos depois de ter sido banido do mercado financeiro, Mário Garnero volta ao centro do poder, abraçado ao governo Lula: Quando Brizola foi visitar o Lula lá no Sindicato, no ABC.
A primeira certeza dessa tarefa confiada ao ex-líder metalúrgico de São Bernardo ele teve pouco depois de voltar do exílio. Alguns deputados da esquerda do MDB articularam uma visita de Brizola a Lula, lá no sindicato, no início dos anos 80.
Segundo seu parceiro Cibilis Viana, que participou da visita, Lula deixou Brizola chocado e muito amargurado. Ao recebê-lo em sua sala, o presidente do Sindicato sequer levantou-se da cadeira para abraçá-lo. Aqui já foi uma ducha de água fria.
Lula recebeu-o secamente e, para azedar o encontro, passou a desancar o antigo sindicalismo, que, "era controlado por pelegos do PTB". A coisa ficou feia quando ele, que já devia ter tomado alguma, começou a falar mal do presidente Vargas, ensejando um bate-boca que só não foi mais inflamado devido à providencial intervenção da turma do deixa disso. Mas nessa hora, o líder trabalhista interrompeu a conversa e foi embora sem maiores formalidades.
A CLT
Escrevi o seguinte em 2007:
De uns tempos para cá Lula tem se esmerado em elogiar Getúlio Vargas e se comparar ao mesmo; todavia, em outros tempos, era exatamente o contrário; quando Brizola retornou do exílio, foi fazer uma visita à Lula, no sindicato comandando por ele no ABC paulista; naquele dia, entre outras coisas, Lula disse que "Getúlio ferrou os trabalhadores"; no início dos anos 80 ele declarava que a CLT era o "AI-5 dos trabalhadores"; hoje é só elogios a CLT.
No dia em que veio ao Estado, para anunciar recursos do PAC para o Rio Grande do Sul, ele disse que "se Getúlio Vargas não tivesse feito nada nesse País, apenas feito a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), já teria sido o presidente da República que tirou toda uma nação de um estágio de semi-escravidão".
E muito mais poderíamos escrever.
Diante disto, estando o PDT prestando vassalagem ao Lula, não poderíamos qualificar isto como uma espécie de Síndrome de Estocolmo Política?
Sérgio Oliveira, aposentado, é de Charqueadas-RS

Um comentário:

Mariana disse...

Quanto ao "influente", nós já sabemos que êle é uma metamorfose ambulante, cuja cor varia de acôrdo com suas conveniências. O PDT está vergonhoso mesmo, a começar pelo presidente, Carlos Lupi, uma cabeçinha de mamão, ridículo e só fala bobagens. E o puxa-s... do neto de Brizola!? alguém já o ouviu falando da tribuna da câmara? Nunca vi ninguém mais lulista. Tenho que me beliscar prá ver se estou desperta e acreditar que aquêle, é Brizola NETO! o avô, nessas horas, deve se revirar no túmulo.