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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Metamorfoses

Por Dival Pitombo

Há qualquer coisa de maravilhoso e surpreendente no surto de progresso porque vai atravessando a Feira.
Ela já não é a cidade-garota dos bairros líricos onde violões boêmios enchiam de harmonias as noites de luar na mais adorável simplicidade provinciana.
Já não encontramos aqui, aquele cunho de cidade sertaneja que a caracterizava.
Cresce e civiliza-se.
É como se uma fada a tocasse com a sua varinha mágica e de um momento para outro tudo o que estava parado começasse a mover-se, crescer, colorir-se de uma vitalidade nova e verdadeiramente miraculosa.
Rasgaram-se avenidas, abriram-se escolas, estradas inúmeras como longas “serpentes de jaspe” levaram aos quatro ventos, a fama de uma hospitalidade que já se ia tornando tradicional. E a cidade foi perdendo rapidamente tudo o que ainda lhe restava do antigo povoado de D. Ana Brandoa.
As suas longas avenidas nada têm de provinciano , os seus parques outrora sombrios e melancólicos, estão inundados de luz: e a alegria radiosa da juventude das escolas forma como que uma auréola cintilante de vida e de graça.
Uma verdadeira febre de construção vai possuindo a população; e os bairros novos vão surgindo numa verdadeira sinfonia de cores tecendo uma moldura rica e graciosa na paisagem.
Há os bairros operários onde habita modestamente a classe pobre: casinhas enfileiradas como um largo rosário colorido. Todas as manhãs, o cortejo processional da gente para o trabalho. Movimento. O bom humor sadio do povo passando nas ruas embandeiradas de roupas secando ao sol. A noitinha sob a paz das estrelas, as serenatas tradicionais num lírico ambiente de aldeia.
O bairro comercial em movimento constante reflete o dinamismo do povo. Prático, movimentado, ele é sempre a parte que concentra toda a vida ativa da cidade.
E por fim os bairros aristocráticos. As longas avenidas senhoriais marginadas de construções elegantes onde vive gente abastada.
Mudou muito a minha Feira. Não mais cidade adolescente e romântica sonhando diante dos crepúsculos maravilhosos. Não mais a simplicidade encantadora de sertaneja nova e inconsciente da sua beleza. Cresceu, Estudou. Encheu-se de adornos e de ciência. Ficou mais bonita talvez. Mas teu poeta ó minha bela terra, já não poderia hoje chamar-te de “Cidade do Silencia e da Melancolia”.

Texto extraído da publicação “Serpentina”, de abril de 1941, republicado na edição especial sobre os 176 anos de Feira de Santana do jornal "Municípios em Foco".

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