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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"Brasil é dos países com menos salas no mundo"

Deu no jornal "Folha de S. Paulo", edição de quinta-feira, 10:

Numa das cenas do filme uruguaio "Gigante", em cartaz em São Paulo, o vigilante de um supermercado acompanha os passos de sua amada, faxineira no mesmo emprego, e, ao segui-la, vai parar num pequeno cinema de bairro. Na produção brasileira atual, tal sequência soaria inverossímil.
É que o cinema no Brasil, ao ressuscitar após o fim da Embrafilme (1990), tomou forma elitista. No circuito e na produção. Havia, em meados da década de 1990, três vezes menos salas do que na década de 1970. Os cinemas que cerraram as portas foram, sobretudo, os de periferias e pequenas cidades. Numa lógica "ovo-e-galinha", também os filmes, salvo exceções, como Xuxa e "O Auto da Compadecida", deixaram de ter esse público como alvo.
O alarme tocaria em 2003. Para surpresa dos donos dos confortáveis multiplex, a sala que mais vendeu ingressos para "Carandiru" foi o Cine Ipiranga, no centro de São Paulo, habitualmente às moscas. Nesse mesmo ano, "Maria, Mãe do Filho de Deus" registraria um feito raro: teve maior renda durante a semana, quando os ingressos são mais baratos, do que nos finais de semana.
"Faltam cinemas para a classe C e também em cidades pequenas", diz Walkiria Barbosa, da Total Filmes, produtora de "Sexo Amor e Traição" e "Se Eu Fosse Você". Ela tira um exemplo da manga. "Se Eu Fosse Você" fez, em Macaé (RJ), 1,5 mil espectadores. Três anos mais tarde, após a abertura de um novo complexo na cidade, "Se Eu Fosse Você 2" vendeu mais de 10 mil ingressos. "Há uma demanda reprimida. Mas, para tirar o público da inércia, o filme tem que ser um evento".
Eduardo Vaz, dono de um circuito de 60 salas, quase todas em bairros periféricos das capitais, como Bangu, no Rio, nota que o público anseia por promoções. Não à toa, ele criou a "Terça Mais", a R$ 5, e a "Quinta do Beijo", que deixa o casal entrar com um só ingresso -desde que se beije. "Nosso cliente não tem a cultura de ir ao cinema. Para atraí-lo, temos que criar programas de acesso e ter filmes de sucesso. Não adianta oferecer um produto de segunda linha. A classe C também quer ver 3D."
Aí é que se (re)fazem os nós. Os cinemas mais afastados têm dificuldades até mesmo para conseguir cópias dos lançamentos. "Cheguei a receber filme um mês depois de ter estreado em São Paulo", diz Flavio Panzenhagen, do interior do RS. Para resolver esse problema, o projeto do governo, pelo que a Folha apurou, inclui a instalação de uma fábrica de projetores digitais na Zona Franca de Manaus. O custo do equipamento cairia de R$ 250 para R$ 150 mil e, com a digitalização do circuito, as cópias deixariam de ser empecilho.
Outra barreira, que o projeto do Carrefour pretende quebrar, é a do ambiente. "Parte do público ficou com medo de entrar no cinema. É preciso abrir salas onde essas pessoas já vão", diz Oliveira. "Na pesquisa que fizemos, todos mostraram desejo de ter um cinema perto de casa", completa Thierry Perrone, sócio da empreitada.
A quem imagina que a tendência à diminuição de salas é mundial, vale uma comparação. Nos EUA, há uma sala para cada 7,5 mil habitantes; na França, o índice é de 11 mil e, na vizinha Argentina, de 40 mil. O Brasil, com uma sala para cada 92 mil pessoas, tem uma das piores médias do mundo. "Sem a abertura de mais salas, o cinema, no Brasil, vai ficar onde está", finaliza Perrone.

Um comentário:

Anônimo disse...

que triste estatística!! Que vergonha...