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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Mensagens pelo primeiro ano

Nem todos leitores do Blog Demais lêem os comentários enviados. Assim, postamos mensagens que foram enviadas pelo primeiro ano no ar:
“Demais é o cara! Demais é o Blog de Feira de Santana! Continue atuando com excelência, com seu jornalismo direto e correto, que enaltece a cidade e a blogosfera” - Antonio Junior.
“Que bom que exista um blog direto e com o viés imprimido como o Demais. Feira de Santana está na ponta com esse veículo. Parabéns pelo primeiro ano” - Carlos Santana.
“Parabéns pelo primeiro ano deste Blog. Trata-se do melhor existente em Feira de Santana pelo conteúdo e qualidade da informação, além da sua formatação. Continue mandando bola pra frente” - Charles César.
“Primeiro ano. Que venham outros, sempre com o viés correto e direito que é dado ao Blog, veículo que enaltece a mídia de Feira de Santana” - Eduardo Neto.
“Outro dia e num instante um ano se passou. Continue com a mesma linha editorial desse Blog” - José C. Rodrigues.
“Continue fazendo o jornalismo que tem sido praticado nesse Blog. Ele é Demais, direto, certeiro, atingindo o seu propósito de jornalismo de qualidade, diferente de ouitros blogs existentes na cidade” - Luciana Barbosa.
“Amigo Dimas, Você está de parabéns! Gostei muito, ler aqui é muito bom! Espero sua visita em meu blog, sou Professora de História e escritora. Uma feirense com as antenas ligadas também! Beijos poéticos” - Tereza Amaral.
Companheiro Dimas. Um ano nesta era da globalização e da informação significa muito em crescimento e com certeza o nível de informação sobre Feira de Santana melhorou muito em qualidade e precisão. Com certeza a comunidade tem muito a agradecer! Continue precisamos incentivar e divulgar as boas notícias e fazer com que a grande maioria de pessoas ‘do bem’ tenham um espaço para suas manifestações. Parabéns! Sucesso!” - Thomas Pracuch.

5 comentários:

Anônimo disse...

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/


Petróleo, sim! Empulhação, não!
Eu não quero fazer evaporar o petróleo, o gás e o frêmito nacionalista de ninguém. Mas começo o texto com uma pergunta: "Já posso converter o meu carro, que é a gasolina, para o gás ou é melhor esperar um pouco?" No caso de eu adiar a decisão, será por quanto tempo? É claro que a possibilidade de que existam de cinco bilhões a oito bilhões de barris de petróleo e gás abaixo da tal camada de sal é uma boa notícia. A própria dimensão da reserva já nos fornece algumas pistas nem tanto do petróleo, mas do ambiente político em que ele é anunciado: a quantidade pode ser "x" ou 60% a mais...

Não. Não é uma coincidência que a notícia estrepitosa da descoberta de uma reserva gigantesca de petróleo, que pode ampliar em 40% o que se imaginava ser o potencial brasileiro, venha nesta hora, quando o Brasil, tudo o mais constante, flerta com uma crise de energia dentro de dois anos. A de gás já está aí, como sabem. E está aí porque o combustível teve de atender às termelétricas. Leiam tudo o que se publicou hoje a respeito. A informação mais importante a dar uma dimensão concreta às coisas é esta: o mapeamento dessa reserva deve ser concluído só em fins de 2009. Como o óleo foi encontrado numa profundidade em que a Petrobras não opera, a exploração demandará investimentos gigantescos — quanto? Isso também se ignora.

Temos futuro? Ô!!! Este é, jamais se esqueçam, o país do futuro. O que costuma nos atrapalhar é o presente. Conversei com algumas pessoas da área. Dizem o óbvio. Se o Brasil anunciasse isso daqui a dois anos, não faria a menor diferença. O que se tem até agora é só uma perspectiva muito promissora. Então por que agora?

Essa mega-possível-reserva de petróleo era, de fato, uma grande reserva político-eleitoral — lembrem-se de que a Petrobras já foi peça-chave da campanha reeleitoral de Lula. Seria anunciada mais adiante. Mas a crise do gás veio primeiro. E, com ela, ficou evidente a inoperância do governo, que dissipa muito calor e não gera nenhuma energia. Não! Eu não devo converter o meu carro a gasolina para o gás. Não devo porque, se o fizer, vou ficar "na mão", sem o combustível. A energia elétrica, é bem possível, vai ter aumentado seu preço. E o Brasil continua a depender, nos próximos anos, da ajuda de São Pedro. Lula é, sem dúvida, um presidente de sorte. Talvez chova, não é?

Quanto ao Brasil vir a se tornar exportador de petróleo ou sei lá o quê...Bem, é claro que se trata, por ora, de um notável exagero retórico. Aliás, torço para que, mesmo produzindo mais, o país demore até a começar a exportar. Prefiro que ele seja consumido aqui mesmo, não é?, pelo crescimento econômico brasileiro. Afinal, os EUA são um dos maiores produtores do mundo e ainda importam óleo. A sua economia pede isso.

O petróleo está lá, em algum lugar? Muito provavelmente, sim. E isso, sem dúvida, é bom. Para quem tinha ações da Petrobras hoje, então, foi excelente! A operação marqueteira é outra coisa. Por enquanto, o governo está se esforçando para "socializar" a carência que ele fabricou e "privatizar" o potencial petrolífero que, de fato, é de todos os brasileiros. Tenho cá as minhas desconfianças de que Lula pretendia, mais adiante, lambuzar as mãos nesse petróleo que continuará, por muito tempo, virtual. Foi preciso deflagrar antes a operação — junto com a crise do gás e com quase-sepultamento do projeto (re)reeleitoral.

Petróleo, sim! Empulhação, não!

Sexta-feira, Novembro 09, 2007
Lula obedece a British Gás e manda Dilma anunciar "descoberta" de óleo e gás conhecida desde 2005
Edição de Sexta-feira do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com/

Exclusivo - Foi ordem direta da British Gás Group (BG) aos seus agentes conscientes no governo Lula da Silva o anúncio, em tom de factóide e triunfalismo, da "descoberta " da maior reserva de petróleo e gás da história do país, na Bacia de Santos. A BG é a responsável direta pela crise do gás no Brasil. Os ingleses comandam, de fato, a exploração de gás na Bolívia do índio Evo Moralles. Além disso, partiu da City de Londres a pressão para que o governo FHC construísse o gasoduto Brasil-Bolívia, para abastecer o mercado de São Paulo, controlado pela Comgás - outra empresa controlada pela BG.

Também controlada pelos banqueiros ingleses, as bolsas de valores internacionais faturaram alto com a notícia do campo de Tupi, anunciada pela super poderosa ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Dilma Rousseff – a candidata preferida de Lula para sucedê-lo em 2010, mesmo não conseguindo decolar nas pesquisas. Só na Bovespa, a Petrobras ON subiu 14,45%, valorizando a empresa em R$ 40 bilhões. Atualmente, o total de reservas da Petrobras chega a 13 bilhões de barris. A nova descoberta pode representar um aumento de 50% nas reservas atuais.

Outro factóide econômico também foi lançado junto com o anúncio do novo campo gigante de gás e óleo. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou uma resolução que excluiu 41 blocos petrolíferos da área de influência da nova fronteira exploratória. Os blocos seriam leiloados na 9ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, no fim do mês. Lançou-se a contra-informação de que a medida desagradou ao Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), presidido por João Carlos De Luca, que reúne as empresas privadas de petróleo que atuam no Brasil.

Mas no mundo do petróleo não existem "novidades" – e sim negócios com carta marcada. A potencialidade do campo de Tupi (BM S-11) - capaz de produzir de 4 a 8 bilhões de barris de óleo só numa jazida – já era conhecida dos parceiros ingleses da Petrobrás desde 2005. Avaliada em US$ 48 bilhões, tendo a metade de todas as reservas brasileiras dos últimos 50 anos, a área de Tupi é operada pela Petrobras (com 65% do capital), em parceria com a britânica BG Group, que detém 25%, e a portuguesa Petrogal/Galp, com 10%.

A BG é uma empresa de gás e energia controlada pela oligarquia financeira da City de Londres. Apenas por coincidência, o super aspone do chefão Lula para assuntos internacionais aleatórios, Marco Aurélio Garcia, chegou anteontem da capital inglesa – onde participou de um seminário sobre exclusão social na América Latina, e tratou de "assuntos estratégicos" para os interesse dos parceiros ingleses dos aliados do Foro de São Paulo. Dilma Rousseff, potencial candidata à sucessão presidencial, apenas fez o anúncio festivo do grande "descoberta" que colocaria o Brasil entre os 10 grandes produtores mundiais de óleo e gás.

Clique aqui, para ler o artigo completo:
http://alertatotal.blogspot.com/

Anônimo disse...

Segunda-feira, Novembro 12, 2007
Custo alto da classe política: Brasil gasta uma média anual de R$ 10,2 milhões por cada deputado ou senador
Edição de Segunda-feira do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com/

Breve, a Rádio Alerta Total no seu computador.

Adicione nosso blog e podcast a seus favoritos do Internet Explorer.

Por Jorge Serrão

A chamada “classe ociosa” custa caro ao País. Os brasileiros pagam, anualmente, uma média de R$ 10,2 milhões por deputado ou senador. O valor é mais de quatro vezes o consumido pelo parlamentar europeu (R$ 2,4 milhões). O Congresso brasileiro perde apenas para os Estados Unidos, o país mais rico do mundo, onde cada congressista custa em média R$ 15,3 milhões ao ano. È o que revela um estudo da ONG Transparência Brasil – divulgado pelo Jornal do Brasil de hoje.

O diretor-executivo da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, critica que o custo dos nossos parlamentares é amplificado por deficiências na produtividade legislativa. Abramo condena a irresponsabilidade do nosso Congresso na condução de assuntos sérios: ”Os parlamentares se preocupam mais com leis desvinculadas da realidade do que com temas relevantes. Isso dá um pouco o sinal de quão baixa é a qualidade do Legislativo brasileiro”.

Para piorar, Cláudio Abramo lembra que, ao longo dos anos, não foram tomadas providências para o combate à corrupção: “Fala-se muito em Comissões Parlamentares de Inquérito, mas essas CPIs não trouxeram medidas concretas para coibir os desvios de conduta dos nossos parlamentares”. Já o presidente da União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale) e deputado estadual pelo PMDB do Rio Grande do Sul, Alexandre Postal, ressalta que o parlamento hoje é o reflexo da sociedade:
“Quem chega lá, chega por meio da sociedade, que é o retrato de cada Estado”.

Leia o artigo de Márcio Accioly: A esquerda roubou os miseráveis da direita

Dólar roubado

O mercado ilegal de dólares no Brasil movimenta US$ 63 bilhões por ano.

A estimativa é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Até julho deste ano a Super Receita já aplicou R$ 2 milhões e 800 mil reais em multas contra remessas indevidas ao exterior da moeda norte-americana.

Roubo dos bancos

Os bancos se preocupam com a enxurrada de ações judiciais movidas por clientes que tiveram prejuízos com os planos Bresser e Verão, e cujos ressarcimentos chegam até R$ 10 mil por pessoa.

Só com a correção da caderneta de poupança, as instituições financeiras poderão perder R$ 11 bilhões, segundo estimativa da Febraban.

O valor é inferior aos R$ 12,2 bilhões de lucro que Bradesco e Itaú tiveram, juntos, nos primeiros nove meses deste ano.

Golpe da invalidez

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) inicia hoje o processo para verificar se aposentados por invalidez trabalham enquanto recebem benefícios da Previdência.

Até o momento foram descobertos 21.077 supostos casos de duplo vínculo.

O aposentado que estiver irregular terá de passar por uma perícia médica e devolver os valores obtidos no tempo de vínculo empregatício.

Punição prevista

As empresas deverão responder ao INSS em até 15 dias.

Se confirmado o duplo vínculo, o aposentado terá dez dias para apresentar sua defesa na Previdência e será submetido a uma perícia médica.

O INSS suspenderá o pagamento do beneficiário e cobrará dele o dinheiro recebido indevidamente.

Armação do desarmamento

A Câmara deve votar nesta segunda-feira um projeto de lei que muda pontos fundamentais do Estatuto do Desarmamento, aprovado há quatro anos, depois de uma consulta popular.

A tal consulta popular foi o referendo que tentou, dois anos atrás, proibir a venda legal de armas e munições.

Os defensores do desarmamento do cidadão de bem (para que só os bandidos possam ter armas) tentam fazer crer que o povo pediu o desarmamento, o que é falso.

Na verdade, 64% dos votantes no referendo escolheram poder continuar a legalmente comprar armas e munições.

Mentira do petróleo

A descoberta de nova reserva de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos, não tornará o Brasil um exportador de petróleo.

"O Brasil não pode exportar petróleo porque não tem reservas para isso. O país tem que guardar as reservas que tem e procurar investir maciçamente em fontes alternativas. O Brasil é o país do mundo que tem mais condição de substituir petróleo por energias renováveis. O País tem 14 bilhões de barris de petróleo de reserva. Supondo que esse campo dê até 10 bilhões [de barris] de reserva, com muito otimismo, seriam 24 bilhões de barris. Isso não é nada. Dá para 15 a 20 anos. Agora, a auto-suficiência acaba em menos de dez anos, mesmo com essa descoberta. O que é preocupante é a Dilma [Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil] falar na televisão que o Brasil agora vai ser exportador porque está no nível da Venezuela ou do Kuwait, que têm 80 e 90 bilhões de barris de reserva, respectivamente. O Brasil não tem 20 bilhões de barris. Como é que pode estar no nível deles?"

Quem adverte é do diretor da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira.

O petróleo é vosso

Comentário do professor Adriano Banayon à análise da última sexta-feira: Lula obedece a British Gás e manda Dilma anunciar “descoberta” de óleo e gás conhecida desde 2005

“Realmente, a oligarquia financeira anglo-americana (como suas informações confirmam, mais anglo que norte-americana), está controlando praticamente tudo no que ainda chamamos de nosso País. Eu acrescentaria à sua nota o fato de que essa oligarquia, durante os mandatos do inominável FHC, instalou um grande número de gente diretamente controlada por ela na Agência Nacional de Petróleo e, em grande parte, também na Petrobrás. Essa operação de tomada dos condutos administrativos foi realizada principalmente por meio de agentes como: David Zylberstein, então genro do inominável FHC e anteriormente secretário de Energia do governo Mário Covas, onde coordenou o esquema de privatizações das estatais paulistas da área de eletricidade (Covas, envolvido em n negociatas, foi santificado pela TV-Globo, que explorou sua doença terminal, para usar sua saga de mártir na melhora da imagem tucana) e Henri Philippe Reichstuhl, então presidente da Petrobrás”.

“O governo petista – de resto associado à tucanagem na maior parte das bandalheiras – manteve toda a “gente aboletada naquelas duas instituições para servir aos controladores. Isso está sendo continuado pela “radical” (de quê?) Dilma Roussef e por tipos como Haroldo Lima (PC do B) atual ardoroso partidário dos famigerados leilões de petróleo, instaurados em conseqüência da Lei 9.478 impingida por FHC e mantida por meio de decisão atrabiliária, ajurídica e ilegal de N.Jobim, em 2004, na “qualidade” de presidente do STF. É assim que o petróleo descoberto pela Petrobrás, devido a investimentos de capital público cai nas mãos de transnacionais, como sua propriedade, por exemplo e principalmente da Shell (por “coincidência” também britânica) para ser exportado à vontade, declarando ter exportado a quantidade que ela quiser declarar e pagando sobre essa suposta quantidade os royalties mais ridiculamente baixos praticados em todo o Mundo”.

E a nossa energia?

Comentário do leitor Marcelo de Moura, de São Paulo, sobre a banalidade do modelo energético brasileiro:

“Gostaria de saber a razão de o governo brasileiro (este e os anteriores), de não investir no Norte e Nordeste para geração de energia através dos VENTOS e a energia SOLAR, assim como em outros paises que não tem o espaço e o clima que temos mas mesmo assim investem neste tipo de energia que além de natural geram e desenvolvem a região local. Sem dizer as águas das chuvas que em nada são aproveitadas assim como nossos Rios gerando apenas doenças e poluição (exemplo Rio Pinheiro e Tiete em SP). Fica muito dificil saber o motivo da não razão para aplicar recursos nestas alternativas, poderíamos até utilizar a iniciativa privada para isto (privatizar). Senhores políticos (este mail foi também para os ilustres deputados), por favor vamos olhar para o Pais de forma mais responsável e fugir de acordos com pessoas como o Sr. Venezuela e Bolivia que são a contra-mão de qualquer coisa”.

Vídeo para rir e chorar

O Governo Brasileiro cede e curva-se as exigências do Governo Boliviano e do Presidente Evo Morales no caso do Gás da Bolívia.

O sempre irônico comandante José Paulo Resende não perdoa e lança mais um vídeo para enquadrar o o cacique Lula e seu índio companheiro do Foro de São Paulo.

http://br.youtube.com/watch?v=Sqx_tZBYp9Q

Lembrai-vos do candidato

Vejam e ouçam o que o Candidato Lula disse e prometeu ao Povo Brasileiro em um dos debates da Rede Globo de Televisão quando candidato a Presidente da República em 2002.

Prestem bem atenção ao que ele disse e prometeu.

O que foi que aconteceu com o Lula de hoje?

http://br.youtube.com/watch?v=Q_mFcPYjVgg

Leilão na Amazônia

Interessados em explorar 90 mil hectares na Floresta Nacional (Flona) do Jamari, entre os municípios de Itapoã do Oeste e Cujubim, em Rondônia, podem obter quarta-feira, via internet, o edital de licitação dos primeiros lotes da Floresta Amazônica a serem concedidos pelo governo a empresas.

A exploração do lote por concessionária renderá ao governo no mínimo R$ 3 milhões por ano, e à empresa, o direito de manejo por 40 anos, renováveis por mais 40.

Está previsto que 70% do rendimento da concessão sejam divididos entre Estado, municípios e o Instituto Chico Mendes.

Absurda avaliação

O deputado Carlos Souza (PP-AM), da Comissão Permanente da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, questiona os números oficiais:

“O Planalto Central está vendendo lebre por gato. Quero saber quem foi o Prêmio Nobel que determinou que cada hectare da Floresta Amazônica custa R$ 32 mil”.

O deputado garante que o projeto que deu origem à Lei 11.284 (reguladora das concessões) passou "ao largo" da comissão e dos mais de 40 deputados da região.

Gerando emprego

O Blog do Josias de Sousa chamou a atenção de que a Câmara dos Deputados incluiu na pauta de votações desta semana uma emenda constitucional que aumenta de 51.875 para 59.514 o número de vereadores no País.

Pela proposta, serão injetadas nas câmaras de vereadores dos 5.562 municípios do Brasil mais 7.639 cadeiras.

Aprovada na Câmara, a emenda será enviada ao Senado.

Palestra na hora do almoço

O editor-chefe deste Alerta Total participa hoje, a partir das 12 horas, do "10º Almoço da ABETA".

O evento da Associação Brasil Transparente, presidida por Francisco Silveira Mello, acontece na "Churrascaria Radial Grill", na Zona Leste de São Paulo.

O tema da palestra, para ser devidamente digerido pelos participantes é: "COMO ENTREGAR O BRASIL A SI MESMO".

Valeu, Vanderlei

A torcida íntima do rubro-negro doente Vanderlei Luxemburgo deu certo.

O Flamengo venceu o Santos, dirigido pelo elegante técnico, na conta do chá..

E o sonho da Libertadores fica cada vez mais próximo.

Vida que segue...

Fiquem com Deus!

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Inteligente, inovador, fortemente analítico e propositivo, utilizando as mais modernas tecnologias para transmissão instantânea e eletrônica de informação privilegiada e análise estratégica, junto com a difusão de novos conhecimentos voltados para a construção e consolidação de novos valores humanos.

Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 08:03 0 comentários



A esquerda roubou os miseráveis da direita
Edição de Artigos de Segunda-feira do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com

Por Márcio Accioly

Os miseráveis do Brasil sempre foram patrimônio da direita. Eles têm origem na completa incúria portuguesa com relação à educação. Como se sabe, os escravos deram suas vidas pela incipiente indústria brasileira, morrendo nos engenhos e usinas de cana-de-açúcar do Nordeste, sem recompensa pelo trabalho. Resistiam pouco tempo.

Hoje, numa sociedade dita “civilizada” e moderna, seria como se os novos escravos (contribuintes), pagassem impostos de todos os naipes (IPTU, IPVA, Imposto de Renda, CPMF, etc.), sem receber contrapartida em serviços.

Que fazer se os hospitais públicos não funcionassem, se a maioria das estradas estivesse esburacada, intransitável e até um apagão aéreo impedisse aviões de decolar? Imagine-se o cidadão comprar passagem aérea e não embarcar. O ministro da Defesa dizer que quem comprou corre o risco de perder o dinheiro. Capitalismo?

Em lugar algum, sem respeito aos contratos, uma sociedade poderia funcionar. Não funcionaria um país onde um banco quebrasse e o cidadão perdesse todas as suas economias, sabendo-se que, se ao contrário (alguém devesse ao banco), seu nome seria vilipendiado e sujo como se o do próprio anticristo.

Pois bem, a grande massa de miseráveis vivia em função da direita, recebendo migalhas de suas mãos, inteiramente dependente e subjugada. As classes médias, cumprindo o papel de colocar tais miseráveis “nos eixos”, derramando um leque de preconceitos e os tratando com superioridade absoluta.

Aí, aparece no continente o líder populista, eleito com o apoio dessas classes médias balizadoras que enxergaram no fato a oportunidade de purgar parte dos pecados. Livrando-se de sentimento de culpa que as castiga desde tempos imemoriais, por conta de cruel massacre infligido aos miseráveis. Lembrando ainda o ranço religioso.

Só que o líder populista, considerado de esquerda, aprendeu toda a malandragem com a direita proprietária dos cargos do Estado, para se perpetuar num sistema que não mais representa a sociedade e, sim, os interesses de quem se aboleta nos cargos.

Nossos mandatários alcançaram a perfeição: eles se servem do Estado. O Estado é verdadeiro prêmio lotérico para servi-los. Proporcionando mordomia, riqueza e abrigo aos apaniguados, como nos regimes totalitários.

Recursos financeiros são distribuídos em pretensos programas sociais, criando vínculo direto de dependência entre os novos dirigentes e velhos miseráveis surrupiados do guarda-chuva da direita. Dessa forma, grupos sociais vão sendo divididos: seguindo concreta possibilidade de mergulharem num inevitável confronto.

Os acontecimentos na Venezuela podem ser pequena prévia do que deverá zoar por aqui. Existe ar de certo cansaço entre a população, no referente ao nível de corrupção generalizada. As instituições se encontram desacreditadas. E o país transformado também em bordel.

Hoje, qualquer impedimento de atitude esdrúxula, como no caso da foto do púbis do travesti Rogéria (em desarmonia com a instituição legislativa), e eis a divisão acentuada com oportunistas de plantão posicionando-se de forma interesseira, querendo preencher a lacuna deixada pelo PT - Partido dos Trabalhadores.

São tempos bicudos os que se aproximam de um continente cansado da escravização e das mesmices que tudo revezam, tornando a existência insuportável. É uma ausência de credibilidade que gera stress e desconforto na eterna suspeição.

A dita esquerda roubou os miseráveis da direita e conta agora com volumosa massa de manobra. É bom ficar de olho no que acontece na Venezuela.

Márcio Accioly é Jornalista.

Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 08:02 0 comentários



Domingo, Novembro 11, 2007
Quero acreditar na inteligência Brasileira



Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com/



Por Arlindo Montenegro



Outro dia, um amigo dizia que estava bravo lidando com os complicados assuntos que atravancavam seu ambiente logo cedinho: computador travando, criança chorando, zonzeira da ressaca, contas a pagar, aniversário... e nisto chegou a mulher com uma chícara de café e um sorriso.

Falta-nos identificar e honrar a figura feminina e doce da Liberdade, das liberdades que já conquistamos, em todos seus aspectos, colada aos nossos atos todo santo dia, para superar a miríade de assuntos complicados que visitam a pauta dos jornais e as cabeças ainda pensantes desta nação.

Na seca prolongada os bodes estão de pé, apoiados com as patas dianteiras nos galhos baixos para comer as últimas folhinhas verdes das árvores jovens que resistem no deserto norte/nordestino. E tem gente com sede e tem gente com fome e tem gente morrendo, bode, boi, bicho do mato.

E continua tudo como d’antes no quartel de Abrantes: promessas, anúncios bombásticos, ideologias, roubalheira, exploração de trabalho e prostituição infantil, muita bunda na tv, leite adulterado, bandidos soltos, bolsa em alta, crédito fácil, cartolas prostituindo times, banqueiros desviando grana, desmatamento, apagão, pavonices políticas... listagem quilométrica ao gosto de cada um, com recheio de mentiras e distorções e promessas dos gestores, capatazes e assaltantes oficiais, legais, vitalícios quase. Assuntos que nem militares, nem populistas, direitistas, esquerdistas, acadêmicos, foram capazes de superar.

- Começou a passeata?

- Inda não, tá marcada para 31 de fevereiro

- E a Venezuela?

- O Brizola de lá tá fazendo o papel dele direitinho... você vê semelhanças
entre o Brizola radical de 64 e o Chavez?

Não, o Brizola era um nacionalista radical, não marxista naquele momento histórico dos anos 60. A aproximação com o extremismo de esquerda foi posterior, diria mesmo oportunista, no exílio do Uruguai recebendo apoio dos Tupamaros que o levaram a Fidel Castro, discretamente. Recebeu de Cuba uma grana razoável para agitar guerrilhas e diplomaticamente relacionou-se com as cobras criadas do comunismo castrista.

Manobrava para tirar proveito enquanto fortalecia seu projeto pessoal de poder eqüidistante do “imperialismo americano” e do “imperialismo comunista”. Imagino que esperava outra quartelada, ou movimento popular contra os militares, uma “volta por cima” para “fechar o Brasil”, arrumar a casa e então inaugurar uma política externa soberana. Ditador como Getulio? É possível. Mas serviçal de russos ou chineses ou a Cuba como o Chavez, com certeza não.

Saindo expulso do exílio uruguaio, foi para os Estados Unidos e depois para a Europa, onde encontrou guarida junto dos sociais democratas. Por que não foi para a Rússia, China ou Cuba, como fizeram os poderosos do momento?

Naquele momento, Brizola era um político experiente, maduro, diferente da molecada destrambelhada e com pouca formação, presa fácil das idéias extremistas. Maioria desta gente que hoje dá as cartas era estudante ou tinha formação incompleta. Cresceu frustrada, no exílio ou na guerrilha, alimentando o ódio e buscando esconder a própria inconstância e fragilidade com a agressividade que ainda hoje atiram contra os militares.

Pensam miúdo, os miolos atrofiados, não suportam uma estrutura mental superior para ver os contornos essenciais da história, da crueldade dos mitos que veneram, da individualidade e liberdade construtiva que troca fraldas, que lida com os computadores travados, contas a pagar e família amorosa, forte e decisiva para a luta do dia a dia, sobrevivência com fé em si mesmo, dignidade, caráter, ética, personalidade, na direção da humanidade desejada.

Era um controlador, negociador inflexível mas não grosseiro ao ponto de cultuar tão descaradamente a própria imagem. Personalista sim, mas não abriria as pernas para o Fidel como fazem Chavez e outros que necessitam bengalas e ícones para apoiar-se.

Se o Brizola de 64 tivesse chegado ao poder, trataria o índio cocaleiro e o Chavez com autoridade de estadista e não com o amiguismo do colega de clube do Foro São Paulo, ou amigo entre torcedores do Corínthians... E certamente não estaria financiando o MST e via campesina.

O Jango estava de saco cheio das pressões sindicalistas, entregou o ouro para evitar o pior... comunismo. Ele, como Brizola respeitavam e tinham amigos influentes entre os militares, foram educados respeitando valores conservadores. O populismo de ambos vem da escola de Getulio Vargas, um homem que pensou em Brasil, um estadista em sua época.

E sem dúvida, se Brizola tivesse assumido o poder em 89 os rumos deste país seriam diferentes e estas ongs estrangeiras financiadas pelos ingleses não estariam ocupando o território nacional, as forças armadas com certeza estariam fortalecidas e atentas, com autoridade para atuar e impedir esta invasão branca, este domínio territorial silencioso que os atuais mandantes permitem e apadrinham.

E a nação aparvalhada, com a mente anestesiada, ignora.

- Hoje não temos opção. E sabe quem é a candidata do controlador? A Heloísa Helena. Vão jogar pesado em cima dela...

- Aí é que a vaca vai prô brejo...

- Esta mulher é uma enganadora é uma internacionalista fanática que não entende nada de Brasil. Só leu cartilha de esquerda radicalóide.

O que mais me preocupa é não termos uma liderança conservadora, sem ideologias dominando, capaz de apresentar um projeto nacional claro, fácil do povão entender e que seja aplicado de verdade em favor do Brasil, sem que viremos uma Cuba às avessas, fechada para o resto do mundo.

Este é o nosso grande nó...

- E continuamos falando em direita e esquerda no campo político. Isto existe?

Os campos políticos aqui estão bem delimitados: revolucionários no poder trabalhando para fixar o continuísmo totalitário, identificados pela mídia como se fossem neo democratas e do outro lado os “bandidos” direitistas, conservadores tradicionais associados sempre aos “militares bandidos”. No campo aberto os que produzem, os desempregados, os não qualificados, os miseráveis, os dirigentes aproveitando as marés de negócios legais ou escusos... todos abestalhados. Uns videotas repetindo a propaganda do governo, outros “apolíticos” (existe isto? Ou covardia?)

Os conservadores não foram educados para pensar num plano de poder e não têm voz suficiente para difundir as idéias para a construção serena de uma sociedade fundada em liberdades democráticas. Nem nós.

- “Sem idéias e propostas claras, não vão tomar o poder nunca. Não temos pré-condições para um projeto de poder mais consistente e os conservadores só enxergam a tomada do poder igual a 64, com iniciativa das Forças Armadas”.

Não fosse a greve geral decretada pela CGT em 1º de Abril de 1964, que inviabillizou o deslocamento e reunião dos comunistas e agitadores, teria havido um banho de sangue. Mas sem transportes e com nada montado porque acreditavam no “esquema militar do partidão”, nos grupos dos onze, com a fuga de Goulart facilitou-se a tomada do poder pelos militares. O Prestes fugiu tão depressa que abandonou uma dezena de cadernos detalhando ações e integrantes do seu pcb. As novas autoridades agradeceram.

É neste pé que estamos. E agora José? Os revolucionários chegaram. Onde estão os conservadores? Onde estão os que acreditam na possibilidade de ampliação das liberdades democráticas, acreditam numa justiça independente, numa nação soberana?



Arlindo Alexandre Montenegro é Apicultor. Mas também cria bodes, como os da foto acima.

Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 09:02 2 comentários

http://alertatotal.blogspot.com/

Anônimo disse...

“Não fica um, meu Irmão!”
Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com

Por Márcio Accioly

Engana-se quem imaginar que somente o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) e “entourage” gostam de jogar dinheiro público pela janela, sacado com os tais cartões de crédito corporativos. A gestão petista é farra monumental.

Contam-se centenas de milhares de reais na boa vida dos governantes, todos eles preocupados, é claro, com bom atendimento ao distinto público. Se os recursos que se observam escorrer por dedos mágicos de gestores, fossem investidos em algo produtivo, certamente teríamos mais empregos e um país indiscutivelmente melhor.

Na realidade, vemos muitos “governantes” sem qualquer noção de administração pública, em discursos pomposos e vazios, apenas surfando na onda do momento e torrando recursos financeiros da coletividade. Quem governa mesmo são os países do chamado primeiro mundo, ditando normas e regras.

E quem faz tudo é o funcionalismo público, assalariados massacrados pelos “líderes” de pés-de-barro e bolsos forrados. Classe dirigente sem habilidade ou qualificação, seja lá em que plano for. Dinheiro aos borbotões!

Alguém já se dispôs a fazer levantamento do despendido pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), nas intermináveis viagens que faz desde que assumiu o cargo? Qual a relação custo-benefício para tantas idas e vindas à França e à Suíça, com permanência em cidades paradisíacas?

E o prefeito de Recife, João Paulo (PT), à frente de municipalidade miserável, num dos estados mais violentos da Federação? Recentemente, o prefeito ficou 18 dias em países da Ásia com razoável comitiva, passeio que custou exatos 247 mil, 388 reais e 28 centavos aos cofres públicos.

Sem contar que sua excelência, vez por outra, dá um pulinho na França, Espanha, ou mesmo Alemanha, como se Recife tivesse interesse a ser defendido por aquelas bandas. Tudo isso pago com dinheiro do contribuinte, já que ninguém é de ferro. Cada viagem custa mais do que a outra.

Já no Mato Grosso do Sul, está comprovado e documentado o mensalão do então governador, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Orcírio, um ex-bancário, ficou na oposição imensurável tempo, combatendo desvios e irregularidades, até se eleger governador e repetir de forma ampliada o que antes condenava.

Hoje, quem olha para Orcírio, ou Zeca do PT, imagina-se diante de grande empresário ou bem-sucedido magnata: ternos bem cortados, cabelo arrumado, gravata no lugar, carros do ano, dinheiro no grosso e no varejo. Indiscutível sucesso.

Zeca do PT ficou no posto governamental por oito anos (1999-2007). Onze dias antes de sair, a Assembléia Legislativa aprovou uma pensão que ele deveria receber até à morte, correspondente ao salário de governador.

Precavido, o então governador leu na lei aprovada um artigo dizendo que no caso de morrer (que os céus o deixem na Terra por muito tempo ainda, fazendo o bem ao povo), sua esposa receberá metade do valor do benefício até partir desta para melhor.

A pensão foi finalmente suspensa pelo atual governador, André Puccinelli (PMDB), em decisão confirmada pelo Supremo Tribunal Federal – STF. Zeca do PT não era o único governador a receber tal pensão.

A diferença é que sua ex-excelência, vez por outra aparece no noticiário policial. A última delas é na confissão do comandante da Polícia Militar do MS, coronel Geraldo Garcia Orti, de integrar o mensalão local, recebendo cinco mil reais por mês.

O comandante fez acordo de delação premiada (deixou de ser réu), e está arrasando quarteirões com suas denúncias sobre a gestão Zé Orcírio. Impossível que caminhemos para final feliz. É o caso de se gritar:

“- Socorro!”

Devemos chamar quem?

Márcio Accioly é Jornalista.

Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 08:59 0 comentários



Como as Forças Armadas acabam com si mesmas
Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com

Por Márcio Cardoso

Prezado Comandante,

Esta carta foi escrita como uma última tentativa de mudar o que não consegui em quase uma década. Meu desânimo, que culminou na desistência da minha carreira, foi cultivado sistematicamente dia após dia, através da observação e vivência de atitudes que desprestigiavam meu bom-senso, capacidade crítica e intelecto, sobre os quais passarei a discorrer mais adiante. Após ter sido aprovado, em 1998, num dos concursos mais concorridos daquela época, ingressei na Escola Naval, tendo preterido uma carreira de engenheiro eletrônico na UFRJ. Julgava que a carreira naval se mostrava mais promissora, com estabilidade, interstícios bem definidos e ainda um certo prestígio junto à sociedade. Esse foi o espírito com o qual fui admitido na Marinha do Brasil.

Após cinco anos de formação, e apenas um de oficial, já havia tomado a decisão: não havia como permanecer nesta carreira, a não ser, literalmente, "com o sacrifício da própria vida". Um sacrifício contínuo, que eu via se abater sobre todos os meus colegas de Praça d´Armas, fossem eles Segundos-Tenentes, Capitães-Tenentes ou até Capitães-de-Mar-e-Guerra. Não estou falando de um sacrifício honrado, merecido, daqueles que se vêem nos filmes e são inerentes aos heróis.

Não, o sacrifício de que falo, nessa carreira que insistem em chamar de "sacerdócio", era um sacrifício inócuo, quixotesco, cujos maiores feitos eram a contagem correta e ilibada – quase obsessiva - de vidros de mostarda no balanço de paiol e a maquiagem bem feita, a qual custou toda uma noite em claro, para o recebimento de uma autoridade que só se importava com a idade do whisky que iria ser servido. Todos esses fatores me levaram a buscar uma carreira extra-Marinha, o que consegui, com a ajuda de meu Senhor Jesus, quando fui aprovado para o cargo de Analista Administrativo do TRE-RJ, o qual estou exercendo no momento. Mas o que me impressiona mesmo é que, a despeito da minha anterior posição, no início de uma brilhante carreira que se desfraldava para mim, nenhuma autoridade se interessou em descobrir por que eu havia decidido abandonar a Marinha.

Eu não era um desempregado em busca de um trabalho tampouco um estudante recém-formado em direito, mas um Oficial de Carreira das Forças Armadas que resolveu, como já foi me dito, "trocar os botões dourados por uma salinha suja numa repartição". No mínimo, é inquietante que a Diretoria de Pessoal esteja realizando pesquisas de satisfação cujo resultado seja que esse êxodo deve-se à "falta de cursos no exterior" e ao "sucateamento dos meios". Esses não são, nem de longe, os reais motivos. E, pelo menos, quanto à oficialidade da Marinha, também não o é a remuneração.

A prova disso é que pelo menos metade dos oficiais que estudam para concursos também busca carreiras de nível médio, cuja remuneração é menor, mas possuem maior qualidade de vida em relação ao regime semi-aberto que se tornou a carreira naval. Se nós formos buscar os reais motivos dessa insatisfação coletiva, porém velada, veremos que são causadas por problemas estruturais, e não conjunturais. Sua causa não está nos baixos salários, embora eles estejam realmente abaixo da média do funcionalismo público federal. Nem no reduzido orçamento, que de fato está sendo cortado ano após ano. E muito menos na redução da quantidade de meios operativos.

O valor desta carta reside neste ponto: todos os problemas que serão abordados podem ser resolvidos dentro de casa, através de iniciativas internas, independentes de orçamento, e – o pior – em pouquíssimo tempo, por meio de decisões administrativas simples, que não são tomadas por má-vontade, orgulho, miopia administrativa ou apego demasiado a uma tradição caduca, que emperra e desagrega esta Força, ao invés de uni-la em laços comuns, na medida em que origina ações e ordens contraproducentes que contribuem sobremaneira para o mau andamento do serviço.

Compreendemos que as Forças Armadas, conceitualmente, exercem um papel primordial na manutenção da paz, na dissuasão de hostilidades estrangeiras e na consecução dos nossos objetivos estratégicos como nação – assim como consta das tão festejadas apostilas da Escola de Guerra Naval. Ainda mais, acreditamos e gostaríamos que essas metas fossem alcançadas, com seriedade e profissionalismo. O problema é que também compreendemos quão diametralmente opostas desses objetivos estão as decisões e atitudes tomadas por nossas autoridades, que destinam porções generosas dos recursos para a pintura incessante de equipamentos que já não funcionam por falta de recursos. Que se apropriam das já parcas etapas de alimentação e as transformam compulsoriamente em "sobras lícitas", de modo que possam comprar parafusos, tinta, cera e bancar coquetéis para almirantes que festejam a decadência da própria Força.

Que investem milhões de reais do contribuinte na compra e manutenção de meios já defasados, que onerarão ainda mais o orçamento, já que os próprios países de origem não toleram seu custo-benefício, isto se considerando que são países ricos. E, o pior, cada atitude dessa vem travestida de honradez e pundonor. A pintura de piso, de sucata, de ferrugem (somente para o dia de uma visita), se reveste do caráter de limpeza e organização, de modo que não fira os olhos de uma autoridade que reluta em não ver a realidade. O saque da nossa mesa vira espírito de sacrifício, o que vem acompanhado de manipulação das notas fiscais para que a comprovação de gastos com solda seja transformada em aparelhos de TV para a tripulação.

E a aquisição de "novos" meios deteriorados é motivo de orgulho das autoridades, que se gabam de fortalecer a instituição em tempos de dificuldades, ainda que tenham comprado o refugo de outros países. Esses meios NÃO irão contribuir para a soberania da nação – não andam, nem funcionam, e ainda exporão a vida da tripulação a um risco desnecessário, pois nossos navios não possuem mais portas estanques, nem sistemas de combate a incêndio eficientes, e suas instalações funcionam na base do "gatilho", sendo isto um dos grandes geradores da sobrecarga de trabalho à qual nossas praças e oficiais de baixa patente estão submetidos.

A chave para se compreender o choque de gerações que ocorre em nossos tempos é a divulgação da informação. O movimento conhecido como Tenentismo , um conhecido de longa data, se manifesta atualmente enriquecido e ligeiramente modificado, uma vez que não se utiliza mais do embate das armas, e nem possui o fervor patriótico de outrora. Com a Internet, ficou muito difícil para o sistema de formação de oficiais privar os alunos e aspirantes da realidade reinante, como acontecia antigamente na chamada "bolha".

Hoje, é praticamente impossível realizar uma lavagem cerebral completa, que torne o militar subserviente o necessário, pois a visão de mundo que um jovem tem não o permite – e essa é a causa de tantos oficiais superiores reclamarem que "não se fazem mais tenentes como antes". Eu e meus colegas enxergamos a Marinha como mais um órgão estatal, que tem suas funções específicas definidas em lei, e atualmente não está executando-as de forma adequada; não vamos tomá-la pelas armas, nem nos insurgirmos em revoltas. Não, nós não amamos a Marinha acima de nossas próprias vidas, pois isso sequer faz sentido.

E entendemos que o mercado de trabalho também mudou, inclusive na iniciativa privada, onde ninguém mais tem um emprego para a vida toda; aplicamos isso em nossas vidas particulares e decidimos que podemos trabalhar onde melhor nos convier, seja por pagar melhor ou ter uma rotina de trabalho mais agradável, e isso sem o peso na consciência de largar o "sacerdócio". É muita inocência achar que iremos abdicar, conhecendo nossa capacidade, competência, potencial e qualificação, de carreiras públicas que nos oferecem dignidade pessoal, respeito profissional, horário de trabalho justo e, de quebra, remuneração inicial de Contra-Almirante.

Para estudar para meu concurso, tive de fazê-lo em oculto, sob pena de ser execrado do convívio da Força ou perseguido. E fui punido por não ter comunicado minha inscrição, assim como preconiza a retrógrada legislação vigente. Porém, fica o aviso de que o número de oficiais descontentes que agora estudam escondidos é muito maior do que os mais de 30 tenentes que cancelaram seu Curso de Aperfeiçoamento nos últimos dois anos e do que a turma somente de Aspirantes que fechou uma sala exclusiva na Academia do Concurso Público. Há de ser ressaltado que a geração de oficiais superiores e almirantes atualmente no comando foi formada durante o regime militar ou no pós-regime, uma época bem mais intensa nos valores e também nas arbitrariedades.

O mundo mudou, as relações sociais, econômicas e empregatícias também, mas a Marinha insistiu em cristalizar-se novamente em suas tradições, e quanto mais o tempo passa mais esta instituição se afunda num anacronismo intenso. O mundo realmente pode ter mudado muito rápido para que algumas autoridades pudessem ter absorvido, mas é para tentar mudar um pouco essa mentalidade que passo a discorrer sobre algumas das principais causas de insatisfação na Marinha do Brasil:

SERVIÇO

· As Forças Armadas possuem uma singularidade em relação a outros órgãos e empresas, sejam públicas ou privadas: submetem seus militares a mais de 24 horas de trabalho contínuas. Isso seria simplesmente imprescindível caso estivéssemos em tempo de guerra. Mas considerando-se que nossos maiores inimigos são a sujeira do piso e o amarelo por fazer, não há respaldo para essa prática. Após o serviço, o militar não deve cumprir o expediente normal, visto que foi privado da sua noite de sono, tempo de lazer e convívio com a família.

Médicos e policiais cumprem seus plantões (e muitas vezes conseguem descansar neles), são rendidos pela manhã e vão para casa. A carga horária semanal não deveria, constitucionalmente, exceder as 44 horas semanais – embora batamos com orgulho no peito nos vangloriando de que não possuímos direito algum – mas, com apenas um serviço na semana essa carga sobe para 56 horas. Numa escala muito comum, 3 por 1, o militar pode chegar a cumprir 80 horas semanais, sem nenhum tipo de compensação. É comum que cabos e marinheiros concorram a escalas de 1 por 1, sendo liberados, como um favor, ao meio-dia do dia de sua rendição. Eles cumprem 108 horas semanais, 145% a mais do que permite nossa Constituição, que defendemos com o sacrifício da própria vida.

· Durante o serviço nos fins-de-semana, é comum a prática de detalhar "faxinas" a serem realizadas no tempo vago – seja lá o que isso for. Durante o dia, o militar deve se desdobrar em 2 quartos de quatro horas, sendo um de madrugada, além de cumprir os adestramentos previstos. Nessas oito horas, ele permanece em geral em pé, no calor do sol e no frio da madrugada, e, para que não consiga se refazer entre um quarto e outro, é colocado para tratar conveses, limpar corredores ou soldar chapas no seu tempo vago. Será que perder o seu descanso semanal remunerado não é o suficiente, o militar tem que sentir dor o tempo todo? Nesta Força existe um conceito muito errado de que nossos militares são máquinas que devem produzir em tempo integral e de que qualquer tempo ocioso, incluído o de descanso, é desperdício.

· Os oficiais são obrigados, em geral, a permanecer em pé no portaló durante seu serviço – desde 06:00h, para fiscalizar(?!) o quarto d´alva –, visando basicamente a realização de cerimonial para visitas de autoridades não-anunciadas e a manutenção do alerta vermelho máximo para a passagem de lanchas de almirantes. Considero isso um desrespeito à minha formação e capacidade intelectual, uma vez que sou relegado a um mero soldado de chumbo, enfeitando um portaló, enquanto sou subaproveitado nas minhas tarefas administrativas.

Cabe às autoridades definirem: o que é mais importante, um cerimonial que pode vir a acontecer ou a realização das tarefas administrativas vitais do navio? Sempre achei que tivesse estudado demais para ter simplesmente a função de ficar em pé por mais de 10 horas seguidas. O oficial de serviço pode sim, muito bem, ficar volante no navio, e atender situações que realmente façam jus à sua presença. Quanto ao procedimento das visitas não-anunciadas, já está na hora das autoridades se conscientizarem de que a máquina estatal não pode ficar completamente mobilizada simplesmente aguardando seu repentino aparecimento, de modo a louvá-las e engrandecê-las.

· É comum que se avalie a escala de serviço como "muito cochada", se arbitre uma satisfatória e depois se inventem postos desnecessários para se justificar esse aumento, de modo que não fiquem militares à toa, "sobrando", como se a folga da escala representasse mão-de-obra ociosa. Lembro também de quando estava na Escola Naval, onde o segundo-anista não poderia pegar menos serviço do que o terceiro-anista, e então criaram um "plantão do bar" para piorar a vida do segundo ano, e, comparativamente, melhorar a do terceiro (redistribuindo, assim, as cotas de infelicidade).

Essa prática é muito comum também na Esquadra, matriz do "Caldeirão Naval", onde a escala do oficial não pode ser maior do que 5 por 1 e já houve caso de mais de três oficiais estarem de serviço em um mesmo dia desnecessariamente. Sei que um oficial pode se qualificar para concorrer à escala em mais de um navio, assim como eu mesmo já fui qualificado, e sem muito esforço; durante o expediente, cada navio poderia ter seu próprio oficial de serviço para resolver problemas administrativos, e, após, somente um dos oficiais se responsabilizaria pelos navios durante o pernoite. Ou então, os oficiais de serviço poderiam simplesmente ficar de sobreaviso, com um celular.

Como a manutenção do Grupo de CAv geralmente é citada como impeditivo para a diminuição da tabela como um todo, lanço a V.Sas. um desafio: arquitetar um plano de combate a incêndio efetivo que se utilize somente dos militares de serviço. Isso se mostra na prática inviável, pois combater um incêndio com doze ou oito militares dá no mesmo – teremos que disparar o Halon ou chamar a brigada de bombeiros e GSE.

Ressalto que a quase totalidade dos incidentes decorre da presença de pessoal a bordo, ou seja, quanto mais gente houver na tabela de serviço, maior será a quantidade de pessoas necessária para cuidar da tabela de serviço. Só haverá incêndio na cozinha se ela for utilizada, incêndio na coberta se esta estiver habitada, rompimento de rede se estiver pressurizada. A manutenção de uma tabela de serviço que pernoite a bordo é a causa mater dos sinistros, e sua diminuição ou extinção alteraria sobremaneira o paradigma do CAv. E, afinal de contas, se CAv fosse tão importante, as tomadas de incêndio não deveriam estar entupidas com Kaol.

COMISSÕES

· Sem esquecermos que, dentre as profissões do mar, só os pescadores são mais mal-remunerados do que nós, podemos fazer algumas considerações.. Se é fato que nossa compensação pecuniária é irrisória, então que haja compensação como há na Petrobrás: seja adotada a escala de 15 por 15, pelo menos (ou seja, um dia de licença para cada dia de comissão), sem se falar na escala de 14 por 21 adotada por aquela empresa, que é considerada de vanguarda até no âmbito internacional, e, logicamente, deve possuir uma capacidade administrativa de referência. Realmente somos homens de madeira em navios de ferro, e merecemos descanso depois desta atividade tão ingrata, que é se fazer ao mar, já que nem fazemos jus à compensação orgânica. Seria implausível abrir mão dos militares por tanto tempo?

Creio que não, considerando que em cada dia de mar estamos 24h a serviço, período de tempo três vezes superior ao nosso expediente normal. Se a Marinha inventou tantos obstáculos administrativos de modo que uma tripulação operativa não possa se ausentar para ter descanso, que se transfiram essas responsabilidades para uma unidade administrativa, bastando uma alteração em DGPMs, SGMs, ou qualquer outro pedaço de papel. Afinal, alguém deve dar suporte aos nossos militares, ou não?

· Sendo o mar um ambiente inóspito por natureza, os tripulantes ainda são obrigados a cumprir expediente entre o enjôo e o serviço, embora o navio esteja em um período dedicado à vida operativa. Um mínimo de descanso e conforto é necessário ao marinheiro para que realize suas tarefas a contento e ajude a diminuir o stress que naturalmente surge em condições de afastamento e confinamento.· Por último, o que considero mais desrespeitoso: obrigar a tripulação a baldear e pintar o navio no dia do regresso de uma comissão, sem ao menos terem tido a chance de verificar como estão seus familiares. A pintura não pode ser - ou transparecer que é - mais importante do que nossas famílias.

ROTINA E ADMINISTRAÇÃO

· Consideramos como nossas prioridades administrativas a desburocratização, a impessoalidade (nisto também subentendida a extinção do queromarinst, a mais arbitrária, arcaica e amadora forma de gerência existente), a definição de objetivos claros que devam ser alcançados e de prazos razoáveis a serem cumpridos – todas as nossas tarefas costumam ser "pra ontem", revelando o descompasso do nosso planejamento organizacional – , e o uso racional do dinheiro público. Por isso, não aceitamos pintar o piso para a visita de uma autoridade, ou pintar o navio antes mesmo de atracar, após três meses de comissão, como se retornasse da Terra-do-Nunca: isso é desperdício.

Não aceitamos que se sirvam banquetes para autoridades, e depois compensem com semanas servindo macarrão com salsicha para a tripulação: isso é desrespeito. Inclusive, se há a coragem moral nesta Força de que tanto se ouve falar nas Praças d´Armas, então que se sirva para as autoridades extra-MB que visitarem nossas OMs o mesmo rancho que comemos diariamente. Esta é a melhor maneira de protestar pelo corte de nossos recursos. E, que, finalmente, a Marinha entenda que manutenção de limpeza e arrumação não é nossa função constitucional.

Enquanto houver Capitães-de-Fragata passando os dedos com luva em cima de armários não poderemos nos concentrar nas tarefas que realmente importam. · Assim como eu chego sem atrasos todo dia, em um horário definido, gostaria que a licença fosse cumprida desta mesma forma. O licenciamento não é um favor, muito menos concessão do comando: é uma obrigação com o militar que já cumpriu seu expediente diário. Não há como solucionar todos os problemas da MB em um único dia (e cabe ressaltar que a maior parte dos nossos problemas são explicitamente gerados pelas idiossincrasias de nossos oficiais superiores e almirantes, que desejam governar este órgão como melhor lhes parecer, satisfazendo suas prioridades pessoais e relevando as da organização).

E se for necessário ficar após o horário, que haja compensação noutro dia. Além disso, a maior humilhação à qual me sujeitei durante estes mais de quatro anos de oficial foi suplicar, diariamente, para poder ir embora após cumprir meu expediente. Nós simplesmente não temos que nos despedir, como um ato de educação, mas ficamos atrelados a uma AUTORIZAÇÃO para irmos embora, o que gera um mal-estar horrível após ser repetido duas centenas de vezes, e ainda nos atrasa, em pelo menos, quarenta minutos por dia, tempo médio para vencer as filas dos nossos superiores nas mais diversas instâncias.

· Num passe de mágica, algumas autoridades pensam que podem apagar, através de confraternizações, o dia-a-dia estressante que impõem aos oficiais subalternos e intermediários, tornando todos "uma família" imediatamente. Essas confraternizações são marcadas, em geral, fora do horário de expediente, e são compulsórias, tornando-se um prolongamento (realmente longo) deste. Minha geração não troca o convívio de suas famílias por amigos de copo, e amizade verdadeira não exige comparecimento contrariado.

Se todos estivessem satisfeitos, o congraçamento seria conseqüência natural. Quando o coquetel é realizado durante o dia, mostra-se mais um revés interessante: passam-se três horas ou mais de expediente no evento, e julga-se que isso não é errado – esse tempo desperdiçado exige, invariavelmente, uma dedicação suplementar para resolver as tarefas negligenciadas. Mas quando é necessário a um oficial sair mais cedo para resolver um problema, ele fica sendo mal visto. Isso é um exemplo clássico da nossa cultura: pode-se matar o expediente para beber, mas não para tratar de nossa vida pessoal.

· Como resultado de alguma carência afetiva, certas autoridades ficam nervosas se não receberem o bom dia, ou o boa noite. Esta é uma frivolidade que deve ser encarada da seguinte forma: as pessoas têm coisas mais importantes para fazer do que dar boa noite compulsoriamente umas às outras. Esse evento ocorre naturalmente ao haver um encontro fortuito entre duas pessoas educadas, e não deve ser objeto de recomendações intimidadoras ou ordens de parada.

· Por se falar em parada, esta consiste em uma das melhores formas de desperdiçar mão-de-obra. Como se ninguém soubesse sua função na OM, reúnem-se os oficiais para se despacharem ordens geralmente de caráter individual, ou se fazem verdadeiros grupos de discussão sobre assuntos aleatórios e fantásticos, enquanto todas as praças aguardam em formatura. Em suma, a OM fica parada por quase uma hora e depois se estende o expediente após o horário. Definitivamente, isso não é GQT. A parada pode ser feita por e-mail e os assuntos individuais, tratados individualmente...

· Assunto grave e delicado: caixa de economias. Se, hoje mesmo, o governo dobrasse nossa etapa de alimentação, melhoraríamos o padrão do nosso rancho ou dobraríamos nossa receita? Se é difícil trabalhar na escassez do orçamento, que se apliquem pelo menos os recursos corretamente na sua previsão legal. Não existem "sobras lícitas", pois na realidade não há sobras. Esta sobra artificial é criada quando se estipulam metas financeiras a serem atingidas em detrimento da qualidade de vida de nossas tripulações; como, então, exigir comprometimento? Como ser leal com quem nos retira o bife para comprar parafusos, tinta e souvenires para autoridades?

Se não há previsão orçamentária para nossas despesas correntes e manutenção dos meios, então que nossos almirantes parem de ter medo de apertar quem se deve, nosso governo (se bem que apertar a própria Força é mais fácil e não arrisca a nomeação para cargos na ONU), e EXIJAM que sejam repassados os recursos necessários. Mas o que vi todos esses anos é que é mais cômodo exigir a excelência dos mais modernos, exaltando a "criatividade", como ouvi em tantas Ordens do Dia, quando na verdade não existem ferramentas adequadas, computadores em condições de uso ou nem sequer pano para limpeza, que deve ser reaproveitado até depois de rasgado. Esse é o exemplo de coragem e abnegação a ser seguido no Bicentenário de Tamandaré?

· Finalmente, o mais grave, por se tratar de crime: química. É inadmissível que se exija dos subordinados que se mascarem notas fiscais a fim de burlar o controle orçamentário que a própria Marinha idealizou e exportou para a Administração Pública com tanto orgulho. É desnecessário me aprofundar neste tema, mas eu alerto a todos que julgam que "os fins justificam os meios" que a grande quantidade de oficiais descontentes que foram aprovados como Analistas do TCU e na Polícia Federal recentemente pode vir a mudar o destino de quem tem grande prazer em resolver os problemas de bordo a qualquer custo, se achando acima da lei, ou que pensa que pode se explicar a um magistrado dizendo que o fez "em prol do serviço".

Oficiais que desejam fazer o que julgam correto são mal vistos e retirados de suas funções para não atrapalharem o "bom" andamento do serviço. E isso também se aplica à venda ilegal de óleo combustível. Embora não haja espaço nesta carta para citar todos os nossos vícios, como, por exemplo, a forma amadora de condução do reparo de um navio, esses são, no meu ponto de vista, alguns dos principais problemas geradores da desmotivação que se alastra pelos Oficiais Subalternos e Intermediários na Marinha, e são a causa do êxodo que vem ocorrendo. Eles são mutáveis, pois são concernentes à postura das nossas autoridades.

A pena que as FFAA e, em especial, a Marinha, pagarão, se não corrigirem este problema postural, será ter uma lacuna irreparável em seus postos a médio e longo prazo. Se nossos almirantes decidirem descer dos pedestais e encararem a situação como homens valorosos que são, entenderão que este é um momento de guerra e medidas difíceis devem ser tomadas. Entendam: esta Força, como hoje conhecemos, não vai subsistir, nem de um modo, nem de outro.

Se essas mudanças não forem feitas agora, as baixas em massa serão cada vez mais freqüentes e mais fortes, e, quando o remanescente da minha geração chegar ao comando, as fará. Se forem tomadas agora, a Marinha se tornará um lugar agradável de se trabalhar e muitos corações que hoje estão inclinados a sair podem retroceder. Não se enganem, existem Aspirantes do 2º ano estudando para concursos, e também Capitães-Tenentes em postos-chave, sendo que a média de espera para aprovação em um concurso é dois anos. É uma decisão a ser tomada rápido, antes que haja um colapso administrativo, e não existe como prender as pessoas com ameaças de indenização de cursos – o que, aliás, é inconstitucional.

É hora de rever as políticas de motivação e de aposentar o "Manual de Liderança da Marinha": parar de movimentar militares contrariados quando houver voluntários; respeitar a programação de férias que o militar fez com sua família com seis meses de antecedência; não tocar regresso geral fim-de-semana para comparecer a uma regata (teoricamente, isso é lazer); não exigir de todos nós que demos um "jeitinho" quando não houver previsão orçamentária (o famoso "fazer no amor"); não colocar como prioridade do nosso serviço o apito para lanchas de autoridades, sob o risco de receber uma mensagem exigindo apuração do fato; parar de achar que nossa oficialidade vai ter como sonho de vida tão somente esperar talvez ser Almirante dentro de trinta anos.

Estas medidas surtirão muito mais efeito na qualidade do nosso trabalho do que qualquer "Programa Netuno", recém-divulgado, que já nasce com uma incongruência típica: enquanto toda a Administração Pública Federal terá oito anos para sua implementação, a Marinha implementará seu "pacote de qualidade" em um ano, com a famosa fórmula "embrulha e manda", se valendo do mascaramento de índices e avaliações.

Quanto a mim, sei que vou servir melhor ao meu País no TRE do que na Marinha, porque cansei de servir com amadores. Cansei de jogar dinheiro pelo ralo e de ver boas idéias se perdendo num labirinto de vaidades, priorizando-se limpeza e arrumação ao invés de segurança nacional. Cansei de pertencer a um celeiro de alcoólatras e pais ausentes; terei efetivamente tempo para me dedicar à minha família e viver dignamente, como não faço desde 19 de janeiro de 1998.

E se alguém que ler esta carta se propuser a refutar meus argumentos, estarei à disposição, pois nunca fui de me fechar ao debate por uma simples questão hierárquica.

MARCIO DE ABREU PRAÇA CARDOSO foi Primeiro-Tenente (RM2) e atualmente é Analista Administrativo do TRE-RJ

Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 08:51 5 comentários

Anônimo disse...

Cultura ao alcance de todos. Vamos cuidar da nossa língua portuguesa.

A armadilhas da língua

Você sabe o que é tautologia?

É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem.
Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras
diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso "subir para cima" ou o "descer para baixo".
Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:
- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exata
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planejar antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito

Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, "surpresa inesperada". Existe alguma surpresa esperada? É
óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias.
Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia. Verifique se não
está caindo nesta armadilha.

Gostou?
Repasse para os amigos amantes da língua

Renato Ribeiro disse...

Dimas, parabéns pelo primeiro ano do Blog Demais, jornalismo inteligente, com tom crítico, sem agressão, com inteligência, informações sobre cinema, teatro, lazer e política, ingredientes fundamentais para serem inseridos nesta nova ferramenta da comunicação, a internet, sucesso sempre companheiro, continue assim, ético e decente, o jornalismo cresce com pessoas como você e obrigado pela contribuição no Programa Rádio Repórter, sou seu fã, abraços, Renato Ribeiro.